SANTA CASA PODE SER FECHADA

Reunião na manhã de terça-feira avaliou números de auditoria e discutiu alternativas que incluem o encerramento das atividades do hospital

jornal da comarca saúde, santa casa

Reunião foi feita na manhã de terça-feira

 

O Grupo Gestor Externo (CGE), criado por membros da sociedade para auxiliar a administração da Santa Casa de Misericórdia de Palmital, sob comando do ex-secretário de Saúde Bruno Garcia Moreira, se reuniu em caráter de emergência, na manhã de terça-feira, no auditório do Sindicato Rural, para discutir as alternativas possíveis que possam garantir a manutenção do atendimento à população. Diante de números adversos, da enorme dívida e do déficit mensal elevado, aventou-se a possibilidade de encerramento das atividades do hospital para muito breve.

Participaram membros da diretoria atual, como o contador José Carlos Romualdo, o ex-prefeito Beto Leão, o vice-presidente Bolivar Figueiredo da Silva, o advogado João Gil, a professora Elisabete Figueiredo Bueno, o agricultor e presidente da Coopermota, Branco Fadel, e o advogado Paulo Celso Gonçales Galhardo. Representando o grupo que trabalhou nos últimos meses como membros voluntários estavam o economista José Manoel Rocha Bernardo e o jornalista e empresário Cláudio Pissolito. 

Entre os novos voluntários, compareceram os empresários Marco Antônio Cardoso, do grupo Unimaq, Dorival Finotti, do Moinho Nacional, Sylvio Ribeiro do Valle, presidente da Assocana, Augusto César Serafim, da Security, Reinaldo Gasparine, da Gasp Seguros, Edvaldo Del Grande, presidente da Ocesp, Ângelo Breganó, presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Claudir Fadel, membro do Conselho Municipal de Saúde, o advogado Anderson Montechiese, o contador e professor Cleyson Coutinho, José Pereira, diretor do Saae, os agricultores Maurício Tronco e Tony Jacob Fadel e os comerciantes João Carlos da Silva, Valter Pereira do Nascimento e Gustavo Sebrian Ferreira.

Bruno Garcia falou sobre as dificuldades enfrentadas pela Santa Casa, cujo sistema de gestão está sem integração entre os diversos setores e completamente isolado da Secretaria Municipal da Saúde. Outra dificuldade apontada é a ausência de posicionamento da Prefeitura no sentido de fazer uma intervenção imediata e assumir os serviços ou indicar dirigentes que possam fazer a integração com o poder público municipal. Segundo ele, diante da demissão de vários médicos e de comunicados de outros que pretendem se desligar dos quadros, não haverá possibilidade de manter os poucos serviços hoje prestados. “Temos média de 12 internados para 68 leitos existentes e 54 disponíveis”, exemplificou.

O levantamento feito pelo consultor Luiz Otávio Viana confirma que o hospital possui 106 funcionários com média salarial abaixo de R$ 2 mil, o que é considerado adequado e até inferior à capacidade de internações, procedimentos e atendimentos. Entretanto, devido à baixa demanda causada pela redução dos serviços médicos, vários setores ficam ociosos, mas sem reduzir as despesas pela necessidade de manutenção das equipes. Dos mais de 100 funcionários, 54% estão na função de assistência, 19% no apoio operacional e 27% em funções administrativas.

PS – O Pronto Socorro, de responsabilidade da Prefeitura, mantém média de 2,5 mil atendimentos ao mês, com cerca de 4 pacientes a cada hora, número também considerado baixo e com apenas 0,2% de casos de emergência . O serviço de obstetrícia (maternidade) realiza média de 21 partos mensais ao custo de R$ 45,4 mil, o equivalente a R$ 2,1 mil por cada procedimento, a maioria de cesárea com hora marcada.

Outra dificuldade enfrentada para financiamento do hospital é a reduzida utilização de serviços médicos particulares e convênios, pois mesmos aqueles que possuem assistência particular acabam atendidos pelo SUS. As verbas recebidas pela Prefeitura, advindas do governo federal, que os dirigentes consideram como de direito da Santa Casa, não estão sendo repassadas integralmente, pois o Município paga apenas pelos serviços prestados, o que causa discordância entre a administração do hospital e a Secretaria Municipal da Saúde.

Diante de dívidas que somam R$ 9 milhões e déficit mensal de R$ 250 mil, número muito próximo do apurado pelo grupo anterior que fez levantamento da situação com a possibilidade de assumir a direção, praticamente inviabiliza o funcionamento do hospital. Sem pagar o 13º salário aos funcionários, com muitas dívidas trabalhistas vencidas e várias execuções de cobrança, será difícil a Santa Casa manter a regularidade fiscal e, assim, garantir o convênio com a própria Prefeitura.

Com algumas sugestões apresentadas pelos participantes, como a de buscar ajuda junto aos empresários e agricultores da cidade, além de agendar uma reunião final com o prefeito José Roberto Ronqui, podem ter o desfecho em decisões mais radicais, uma vez que o mandato da atual diretoria vence no final de fevereiro e muitos dirigentes não pretendem continuar em seus cargos.

 

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3 Comentários

Marcio 9 de janeiro de 2019 - 07:56

Incompetência da (s) última (s) gestão já que este hospital tem história e atendimento há décadas. Seria o fracasso destas pessoas que fizeram está reunião e não apresentam uma solução inteligente.

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Edson 9 de janeiro de 2019 - 11:04

É uma pena que a nossa cidade esteja em decadência. Com certeza devemos isso a uma má administração.
Uma gestão que não prioriza saúde e educação não tem visão de futuro.
Pelo que sabemos o atual prefeito alega está pagando dívidas das administrações anteriores, coisa que não justifica, pois se houve improbidade administrativa que o processo recaia sobre os governos anteriores.

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EDERSON 10 de janeiro de 2019 - 15:10

PODERIA CITAR QUAIS AS VERBAS DE RECURSOS FEDERAIS QUE A ENTIDADE NÃO ESTÁ RECEBENDO?

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