Poderá responder em liberdade a mulher de 52 anos, que foi presa em flagrante por prática de abuso de animais na quinta-feira (1º) em Ipaussu, conforme a nova legislação que passou a vigorar nesta semana e aumentou a pena para os infratores. Com ela foi encontrada uma cadela em estado deplorável, infestada de larvas. Na audiência de custódia ficou entendido que a mulher poderá responder o processo em liberdade, sem a necessidade de permanecer presa até julgamento. A mulher alegou que não tinha condições finaceiras para cuidar da cadela ferida.
Ademira A. G., que foi a primeira pessoa presa na região de Ourinhos em cumprimento a lei 1.095/2019, que aumenta as penas para quem maltratar cães e gatos, que foi sancionada na terça-feira (29/09) pelo presidente Jair Bolsonaro, passou por audiência de custódia na sexta-feira (02/10) em São Pedro do Turvo, onde ficou presa na cadeia pública da cidade, mas foi liberada durante a tarde.
A cadelinha, que teria sido batizada de “Branquinha” ficou sob a responsabilidade de uma veterinária em Ipaussu e corria risco de ser sacrificada, devido ao grande sofrimento que ela estava passando.
Em contato com a protetora de animais, que realizou o resgate da cadela, o Passando a Régua recebeu a informação, que ela está bem, foi medicada, está limpa das larvas e já se alimenta, algo que ela não estava fazendo no primeiro dia e agora já está. Vamos torcer pela sua recupeção.
CASO
A denúncia de maus-tratos foi feita pela responsável da ONG (Organização não Governamental) – Associação São Francisco de Assis, Camila Nogueira Masteguim, que atua na proteção animal em Ipaussu e resgatou a cadela, que estava na posse de Ademira, na Rua Rafael Urtado, no centro da cidade. A cadela foi encaminhado à uma médica veterinária, que emitiu um laudo clinico do animal. O laudo foi encaminhado ao delegado, juntamente com fotos e vídeos.
O delegado do caso, Paulo Roberto Cecatto destacou que o laudo da médica veterinária deixa claro os maus-tratos sofridos pela cachorra, que está passível de ser sacrificada, tamanho o seu sofrimento. O delegado finalizou dizendo que em sua defesa, a acusada disse que não dispunha de condições financeira para cuidar do animal em situação deplorável.
Confira abaixo o laudo emitido pela médica veterinária Luara Maria Borda, CRMV – 35664-SP:
“O animal estava em decúbito lateral por não conseguir se manter em estação, com as mucosas pálidas, apatia, desidratação, petéquias, com infestação de pulgas e carrapatos, pelos extremamente embolados, sujos com fezes velhas e secas e molhado de urina. Na maior parte da face do animal (olhos, nariz) havia cavidade aberta, tomada por inúmeras larvas de insetos associada à muita secreção serosanguinolenta, extremamente fétida. pela ausência da parte da face, os olhos já estavam sem função (cegueira). o animal, ao ser consultado, vocalizava por dor, tinha sua pele inchada, inflamada e infeccionada na região facial. Apresentava salivação excessiva, respiração ofegante com a boca aberta. Na região genital também havia presença de fezes grudadas ao pelo. A aparência geral do animal era de um desleixo por meses, por descuido do proprietário. nas condições analisadas no momento da consulta e declaradas aqui, conferem que o animal sofre maus tratos há meses e que por muito tempo está nesta mesma condição degradante, sem cuidados básicos e mínimos para a manutenção da saúde. Foram prestados os primeiros atendimentos necessários ao animal e este está em observação para uma nova avaliação do caso e possibilidade de tratamento ou eutanásia”.
Fonte: Passando a Régua