2024 foi o ano mais quente da história, confirma Nasa

Com temperaturas nunca vistas antes, 2024 foi oficialmente o ano mais quente desde o início das medições históricas, informou a Nasa, a agência espacial norte-americana na sexta-feira (10/01). Cientistas já alertavam para a possibilidade desse recorde, resultado direto do impacto humano no clima global.

“Mais uma vez, quebramos o recorde. 2024 foi o ano mais quente desde o início das medições em 1880”, afirmou Bill Nelson, administrador da Nasa.

“Entre temperaturas extremas e incêndios florestais ameaçando nossas equipes na Califórnia, nunca foi tão urgente compreender as mudanças climáticas”, acrescentou.

Mais cedo, o observatório europeu Copernicus e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) também confirmaram que o ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar a marca de 1,5°C de aumento na temperatura média da Terra em relação aos níveis pré-industriais.

📝 CONTEXTO: 1,5°C é o chamado “limite seguro” das mudanças climáticas, ou seja, o limiar de aumento da taxa média de temperatura global que temos que atingir até o final do século para evitar as consequências da crise climática provocada pelo homem por causa da crescente emissão de gases de efeito estufa na nossa atmosfera.

Essa é uma taxa que é medida em referência aos níveis pré-industriais, a partir de quando as emissões de poluentes passar a afetar significativamente o clima global.

Na análise divulgada hoje, a Nasa também confirmou que a temporatura global superou essa marca durante boa parte do ano. Isto é, os termômetros alcançaram níveis que antes só eram registrados em períodos quentes da pré-história, quando os oceanos estavam muito mais elevados.

De forma geral, as temperaturas extremas de 2024 superaram em 0,1°C o recorde anterior de 2023, marcando 15 meses consecutivos de calor acima da média.

E todo esse calor extremo tem consequências graves, como ondas de calor mais intensas, aumento das chuvas extremas e o risco crescente de inundações em diversas partes do mundo.

“Estamos vendo, mais uma vez, os sinais claros de um planeta em aquecimento acelerado,” afirmou Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard da Nasa. “Essas mudanças estão cada vez mais perceptíveis no cotidiano das pessoas, e as consequências continuarão a se agravar se as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas”.

A agência também divulgou um mapa de 2024 que revela como cada região do planeta ficou mais quente ou mais fria em relação à média de 1951 a 1980 (veja abaixo).

🌡️ Os cientistas chamam isso de anomalia de temperatura. Em outras palavras, é um indicador que mostra quanto a temperatura se desvia de uma determinada média histórica.

Na imagem, as áreas com temperaturas normais aparecem em branco, as mais quentes em tons de vermelho e laranja (boa parte do planeta), e as mais frias em azul.

Fonte: g1

Anomalias de temperatura da superfície terrestre em 2024. — Foto: Nasa

Anomalias de temperatura da superfície terrestre em 2024. — Foto: Nasa

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