Uma cadela da raça rottweiler, que foi atacada por uma onça-parda juntamente com um pit bull, está demonstrando sinais positivos de recuperação após passar por uma cirurgia reconstrutiva facial. O incidente ocorreu durante a madrugada de domingo (16), em uma fazenda localizada no bairro Água Parada, em Palmital, interior de São Paulo. Infelizmente, o pit bull não resistiu aos ferimentos provocados pelo ataque.
O médico veterinário Nivaldo Sedenho, que atendeu a cadela e realizou a cirurgia, informou que a fêmea, chamada “Nega”, sofreu uma grave lesão no lado esquerdo do rosto. A intervenção cirúrgica, que durou cerca de quatro horas, foi necessária para reparar os danos causados.
Nivaldo explicou que os ferimentos profundos no rosto da rottweiler eram característicos de lesões provocadas pelas garras de um felino de grande porte, como a onça-parda. A pele da cadela estava descolada, com cortes paralelos e bordas lisas.
A cirurgia, que incluiu a reconstrução do canto da boca do animal usando técnicas de cirurgia plástica, foi bem-sucedida. No entanto, o veterinário alertou que a saúde da cadela ainda requer cuidados, especialmente para prevenir a deiscência dos pontos cirúrgicos, que é a abertura espontânea dos mesmos devido à contaminação.
O monitoramento contínuo é essencial para evitar complicações. Apesar do corte estar próximo ao olho, não há risco de comprometimento da visão da cadela. A expectativa é que “Nega” possa ser liberada da clínica dentro de aproximadamente duas semanas, após um período de acompanhamento intensivo.
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Como ocorreu a briga
Uma onça-parda é supostamente a autora de ataque a dois cachorros que guardavam um sítio no bairro rural da Água Parada, às margens do Anel Viário Sebastião Leandro da Silva, a aproximadamente um quilômetro da região do bairro São José, na zona urbana de Palmital. Um dos animais, que teriam brigado e acuado o felino, morreu com marcas de mordida no pescoço e outro sofreu ferimento grave no rosto e está internado em clínica veterinária.
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Segundo o agricultor Leonardo Brotto, a briga entre os animais teria ocorrido na noite do último sábado (15/06) para domingo (16/06), quando seu pai foi até o sítio para tratar os cachorros e encontrou a fêmea rottweiler com cortes extensos rosto, deixando a carne à mostra. Posteriormente, encontrou o macho pitbull morto com marcas profundas de caninos no pescoço, lesões que causaram grande sangramento.
De acordo com Brotto, o rottweiler foi levado até a clínica Animais & Cia, do veterinário Nivaldo Sedenho, que tratou os ferimentos no rosto e avaliou que foram causados por uma patada, com cortes paralelos causados pelas garras do felino. As lesões no pitbull também foram analisadas pelo profissional e seriam correspondentes com o padrão de ferimentos causados por mordida da onça-parda, disse o agricultor.
A reportagem do JC esteve no sítio na tarde de terça-feira (18/06) e conversou com os proprietários. Eles mostraram o local onde ocorreu a briga entre os cães e o felino e que havia diversas áreas com marcas de sangue. Eles acreditam que a rottweiler e o pitbulls tenham acuado a onça, que subiu nas mangueiras existentes do sítio para se defender e, posteriormente, atacou os cachorros antes de fugir. As diversas marcas de garra em vários troncos das árvores reforçam a teoria.
Brotto informou que a rottweiler necessitou de cirurgia e permanecia internada até à tarde de terça-feira (18/05) e seu quadro de saúde inspira cuidados pelos graves ferimentos. O agricultor disse ainda que nunca havia encontrado rastros de onça na propriedade, que fica ao lado de uma área de banhado e de uma mata ciliar. Porém, é comum que exemplares da espécie sejam flagrados em cidades ou atropelados em rodovias da região.
FELINO – A onça-parda (Puma concolor) é o segundo maior felino do Brasil. Este animal ocorre em uma ampla variedade de hábitats nas américas do Sul, Central e do Norte. Atualmente, tem sido cada vez mais frequentes os relatos de aproximação deste animal com o ser humano. Ela também recebe, dependendo da região, as denominações de onça-vermelha, suçuarana e leão-baio.
Ela está filogeneticamente e evolutivamente relacionada a uma espécie de pequeno felino, o jaguarundi (Puma yagouaroundi). Quando adultos, o comprimento total varia de 1,5 e 2,75 m e o peso de 22 a 70 kg. O tamanho dos indivíduos varia em relação à latitude, com tendência a corpos menores nas populações da região do equador e maiores na medida em que se aproximam dos polos.
A coloração do pelo pode variar de marrom-acinzentada claro a marrom-avermelhado escuro, com manchas mais claras na parte de baixo do corpo. A onça-parda chama atenção por sua agilidade. Suas patas posteriores, proporcionalmente as maiores entre os felinos, permitem ao animal realizar grandes saltos, tanto em distância quanto em altura, além de atingir grandes velocidades em distâncias curtas, escalar com exímia destreza e, eventualmente, deslocar-se com facilidade na copa das árvores.
É um animal solitário, porém na época reprodutiva casais podem ser vistos. Também podem ser observados com outros da espécie quando são encontrados irmãos jovens em período pré-dispersão ou mãe com filhotes jovens. Nestes casos podem ser observadas três ou quatro onças juntas.
A alimentação é composta por uma grande diversidade de animais, incluindo desde presas de grande porte, como veados, e de pequeno porte, como roedores e até mesmo invertebrados. No Brasil, a dieta da onça é composta quase que exclusivamente de animais de pequeno a médio porte. Atribui-se isto à competição com a onça-pintada.
Com informações do Portal Amazônia