O motorista de um Porsche que atropelou e matou um motociclista foi agredido pelo pai da vítima no 48º Distrito Policial de São Paulo, na zona sul da capital. O incidente ocorreu na madrugada desta segunda-feira (29), quando Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, foi perseguido pelo empresário Igor Ferreira Sauceda, de 27 anos, por aproximadamente dois quilômetros.
Sauceda prestou depoimento no 11º Distrito Policial, em Santo Amaro, e mais tarde todos os envolvidos se dirigiram ao 48º DP, onde Alex Russo Figueiredo, pai de Pedro, partiu para cima do empresário. Durante o tumulto na delegacia, testemunhas gritaram “assassino” em direção a Igor.
“Tirar a vida de alguém é fácil, né? O dinheiro de vocês não vai calar, não, viu? Pode ter certeza que eu vou até o fim agora”, gritou o pai da vítima após ser afastado da briga.
A colisão fatal ocorreu após uma discussão de trânsito seguida de uma perseguição de dois quilômetros. Os veículos se chocaram contra um poste e ficaram completamente destruídos. Pedro Kaique, que pilotava a moto, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A passageira do Porsche, Marielle Aparecida de Oliveira Campos, de 24 anos, também ficou ferida.
O caso foi inicialmente registrado como homicídio culposo e lesão corporal. Em seu depoimento, Igor afirmou que voltava do trabalho e dirigia o Porsche em direção à sua residência, com a namorada no banco do passageiro, quando “inesperadamente um motoqueiro passou por sua lateral esquerda e quebrou seu retrovisor”. O empresário alegou não ter conseguido identificar o emplacamento da motocicleta ou outras características porque as luzes do veículo estavam desligadas.
Segundo Sauceda, ele acompanhou a moto e buzinou para chamar a atenção do motociclista. Ele disse que “em dado momento, a moto estava à sua frente e abruptamente mudou de faixa”. Ele afirmou ter tentado evitar a colisão, virando o volante para a direita, mas não conseguiu. Assim, acabou atingindo a parte traseira da moto, perdendo o controle e se chocando contra um poste e uma árvore.
Logo após o atropelamento, uma testemunha iniciou uma gravação expondo a reação de Sauceda. “Você matou o cara por causa do retrovisor”, acusava o homem que filmava a cena de destruição na pista. “Ele me fechou”, se defendia o empresário.
Fonte: DCM