47 estudantes do Equador ficam ‘presos’ em Bauru e Piratininga

“Nossa esperança é que eles se sensibilizem e nos enviem um voo para irmos embora”. O desabafo partiu da dentista Nathaly Briceño, de 35 anos, que saiu de Loja, no Equador, para se formar na especialização em Implantodontia da Facop, em Piratininga, no último dia 13. Desde então, ela e outros 46 estudantes ficaram “presos” entre tal município e Bauru, porque a sua terra natal fechou as fronteiras, na tentativa de conter a disseminação do novo coronavírus. Embora todos estejam, aparentemente, saudáveis, a consulesa do Equador, em Brasília, Veronica Barahona, disse ao JC que, por ora, só pessoas consideradas vulneráveis poderão entrar no país.

A equatoriana chegou ao Brasil acompanhada do seu marido. O casal deixou os dois filhos, um de 3 e outro de 5 anos, com a mãe de Nathaly. Os dois estão no apartamento de uma amiga, em Bauru. “Nós mal saímos de casa, principalmente, porque não queremos prejudicar os nossos pequenos quando regressarmos”, acrescenta.

De acordo com ela, os demais colegas, oriundos de cidades como Quito e Guayaquil, se hospedaram em hotéis. “Como tive de fechar o meu consultório, não consegui pagar os cartões, que acabaram cancelados. Agora, nos resta pouco dinheiro”, reconhece.

Nathaly revela, também, que o Equador adotou uma série de medidas para enfrentar a pandemia. “O país é pequeno e está economicamente complicado. Mesmo assim, implantou um toque de recolher, das 14h às 5h”, completa.

Já o dentista Carlos Rojas Vallejo, de 32, se hospedou em um hotel de Piratininga com outro grupo de equatorianos. “Não podemos sair e as pessoas nos veem mal, afinal, acreditam que trouxemos o vírus, embora não haja qualquer indivíduo doente”, observa.

Diretor geral da Facop, Rafael Pinelli Henriques explica que, recentemente, enfrentou um problema parecido, mas com os peruanos. “Então, entramos em contato com a embaixada deles e, na última sexta-feira (20), o presidente daquele país enviou um avião para São Paulo. Nós, inclusive, providenciamos o transporte dos alunos até a Capital Paulista”, descreve.

Segundo Rafael, a direção tratou o caso dos equatorianos da mesma forma, mas não obteve sucesso. A partir daí, ele tentou alguns benefícios junto a um hotel parceiro, em Piratininga. “Lá, os estudantes terão direito a se hospedar e se alimentar. O pagamento, por sua vez, poderá ser feito até o final deste ano”, frisa.

 

REGRESSO

Ao JC, a consulesa do Equador, em Brasília, Veronica Barahona, afirmou que, atualmente, o Comitê de Operações de Emergência (COE), formado por muitos ministérios (Saúde, Mobilidade, Relações Exteriores e outros), é o único autorizado a liberar o repatriamento dos seus cidadãos.

Ainda de acordo com ela, depois do Brasil, o Equador se tornou o país com maior número de casos de Covid-19, se comparado com toda a América Latina. “O nosso sistema de saúde está atravessando uma situação crítica. Confirmar o retorno dos mais de 2 mil equatorianos que estão fora do país causaria o seu colapso”, assumiu.

Portanto, o COE determinou que o regresso ocorreria por etapas. Na primeira fase, autorizou o retorno de pessoas em situação de vulnerabilidade, como gestantes e idosos, conforme protocolo expedido na última terça-feira (24).

A consulesa reforçou que, desde que soube da situação dos equatorianos, em Bauru, mantém diálogo junto ao diretor da Facop e aos próprios estudantes. “Eles não estão sozinhos”, ratificou.

Segundo Veronica, a embaixada tenta fornecer as suas contas bancárias para que as famílias destas pessoas possam fazer transferências em dinheiro a elas. “A ideia é converter o câmbio e enviar à Facop, que repassaria os valores aos alunos”, revelou.

Por fim, ela pontuou que o país disponibiliza créditos de emergência (até US$ 2,5 mil, dependendo da renda do interessado) aos equatorianos no Exterior, que poderão ser solicitados online, por meio do site do Banco da Seguridade Social do Equador (Biess), caindo nas suas respectivas contas dentro de até 48 horas.

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