O jovem resgatado pela Polícia Militar após ser mantido acorrentado em um barril e ter sofrido tortura em janeiro de 2021, em Campinas (SP), foi adotado e vive com uma nova família. A informação foi confirmada ao g1 pela Vara da Infância e Juventude na sexta-feira (16/02).
À época em que o caso foi revelado e ganhou repercussão nacional, o menino tinha 11 anos. Em dezembro de 2021, a Justiça condenou o pai do jovem, a madrasta dele e uma filha dela a oito anos de prisão.
A Vara de Infância e Juventude confirmou que a adoção aconteceu em 2023, mas não informou o mês em que o processo foi finalizado.
Menino acorrentado em barril ganha novo amigo durante recuperação
Relembre o caso
A criança foi resgatada por policiais militares em 30 de janeiro de 2021, após denúncias de vizinhos. Os agentes de segurança informaram que o menino era alimentado com cascas de fruta.
O menino estava nu, dentro de um tambor de metal fechado com uma telha e uma pia de mármore para evitar que ele saísse. O vídeo do momento em que ele é encontrado mostra que a criança mal conseguia se mexer quando foi encontrada. Ele tinha a cintura, pés e mãos acorrentados.
O menino estava há quase cinco dias sem comer, segundo a polícia. A Polícia Civil afirmou que ele estava acorrentado dentro do barril há um mês, quando foi retirado pelos policiais militares.
Após deixar a casa, o menino foi socorrido até o Hospital Ouro Verde e, posteriormente, transferido ao Hospital Mário Gatti, sob tutela da tia. Após receber alta, ele foi levado para uma casa de acolhimento.
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Criança era mantida amarrada em barril pelo pai em Campinas — Foto: Reprodução/Rede Globo
Atuação de autoridades
Em 1º de fevereiro, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), fez uma reunião e exigiu um relatório para entender até que ponto órgãos ligados à prefeitura, como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Centro de Referência da Assistência Social (Cras), além do Conselho Tutelar, sabiam da situação.
O documento apontou que o menino foi atendido “várias vezes” na rede desde setembro de 2019. Depois da chegada do relatório, a administração decidiu abrir a investigação, por meio da Secretaria de Justiça.
Já em maio, a prefeitura informou que concluiu a investigação sobre “eventuais falhas e omissões” dos serviços municipais, além de entidades conveniadas. A administração municipal, entretanto, não divulgou o resultado da apuração.
O Conselho Tutelar Sul de Campinas (SP) negou, também em 1º de fevereiro daquele ano, que tinha conhecimento da tortura sofrida pelo menino de 11 anos. Segundo o órgão, a família era acompanhada há pelo menos um ano e monitorada quanto a situação de vulnerabilidade social.
Fonte: g1
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Móveis e objetos diversos foram depredados na residência em que menino de 11 anos sofria tortura, em Campinas (SP) — Foto: Wagner Souza/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo