Segurança fracassada

As políticas de segurança pública implementadas no Brasil, desde sempre, se mostram absolutamente inadequadas para solucionar as questões particulares da nossa sociedade, como comprovam diariamente os números crescentes de furtos, roubos, assaltos e de violência urbana e rural.

O efetivo de policiais, ainda insuficiente, cresceu muito nas últimas décadas, somado à criação de vigias particulares, de empresas especializadas e de guardas municipais que se proliferam como bandeira política em muitos municípios, sem contudo reverter a tendência de aumento constante da criminalidade.

A manutenção da política pública da segurança voltada prioritariamente à repressão, incluindo a eliminação sumária de criminosos, como constatam a próprias ouvidorias policiais, não surte o efeito desejado e apenas afasta a Polícia da sociedade, cuja parcela não se sente protegida e a outra se sente ameaçada.

A divisão social entre pobres e ricos, indivíduos do bem e do mal e trabalhadores ou bandidos, rotulam as pessoas e criam os estereótipos causadores do preconceito e da discriminação social e racial. Os pobres, ainda tratados como cidadãos de segunda classe, são abordados com mais violência, tratados com menos respeito e, comumente, presos à revelia da presunção de inocência, enquanto os mais abastados recebem mais proteção.

“…o país deixa de investir na formação plena do cidadão…”

Diante da dicotomia que inclui questões sociais, políticas e de segurança, o país deixa de investir na formação plena do cidadão pela boa escolaridade que pode e deve incluir noções de civilidade e de valores e princípios elementares para a vida em sociedade.

Sem formar novas gerações de indivíduos conscientes e cumpridores de seus direitos e deveres na vida comunitária, pois o contato pessoal está cada vez mais escasso, encontramos seres individualistas e sem apreço sequer à vida humana.

Além de transformar as Polícias em instrumentos da sociedade, para que trabalhem em parceria e com confiança mútua, em vez de mantê-las apenas como instituições de governo, é preciso atender todas as necessidades da população, não só de segurança, como também de saúde, educação e habitação.

Afinal, apenas uma sociedade sadia, física e mentalmente, pode contribuir para a melhoria das relações interpessoais e tornar o mundo melhor por meio do respeito, da empatia e da consciência coletiva e clara entre pessoas plenas que saibam discernir entre o certo e o errado.

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Cláudio Pissolito

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