A prática criminal não perdoa nem mesmo pessoas que estão passando pelo sofrimento de ter familiares com quadros graves de saúde.
Nesta semana, o JC recebeu denúncia de que um falso médico, alegando a necessidade de realizar procedimentos particulares para agilizar o tratamento, tomou dinheiro de parentes de pacientes internados pelo SUS na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Assis.
Uma das vítimas é um agricultor de Palmital, cujo pai de 82 anos está na UTI do Hospital Regional para tratar uma infecção cardíaca e aguardar a transferência para Marília, onde deve implantar um marca-passo definitivo.
Ele disse que foi contatado na manhã de quarta-feira (03/04) por um golpista que se identificou como “Dr. Marcos” e que falou de um suposto sangramento verificado próximo ao pâncreas do idoso.
De acordo com o agricultor, de 59 anos, o golpista disse que seria necessário realizar uma tomografia computadorizada com urgência e que, em uma clínica particular, o procedimento seria mais rápido que pelo SUS.
Ele destacou que, inicialmente, não desconfiou de nada pelo fato de um dos médicos da UTI se chamar Marcos e ser cardiologista que está acompanhando o seu pai.
Posteriormente, o “Dr. Marcos Antônio”, fez contato via WhatsApp com o agricultor e passou um CPF em nome de “Elson Francisco Felipe”, de conta no banco virtual Picpay, para a cobertura do procedimento na “Clínica pró Saúde Ltda”.
Por volta das 10h30 de quarta-feira (03/04), a vítima fez a transferência via PIX de R$ 1.850,00 para a realização do falto exame, além de outros R$ 850,00 para duas ampolas de contraste.
O agricultor disse que só tomou conhecimento do golpe no início da tarde de quarta-feira (03/04), quando foi até o Hospital Regional para visitar o pai.
Ele disse que, quando chegou, ficou sabendo por funcionários de que outras famílias de pacientes da UTI também haviam sido contatadas pelos golpistas e que algumas também haviam enviado dinheiro aos criminosos. Afirmou também que fez contato com seu banco, mas não conseguiu estornar a transação.
“Depois que sofremos o golpe, um representante do hospital nos alertou e pediu para que comunicássemos as outras pessoas que o a instituição estadual não pode aceitar pagamentos e nem cobrar por exames feitos aos pacientes do SUS”, alertou o agricultor.
Ele também reclamou da falta de respeito dos golpistas em se aproveitar da fragilidade das famílias que enfrentam problemas de saúde entre seus membros. Atendendo a orientação da equipe da UTI, ele foi ao plantão da Polícia Civil de Assis para formalizar queixa que possibilite a investigação do crime.