Manda de volta e pronto! – José Renato Nalini

            O mundo está sofrendo os efeitos da mudança climática gerada pela excessiva emissão dos gases causadores do aquecimento global. Sabe-se que os combustíveis fósseis um dia acabarão. Só não se sabe se esse término ainda encontrará a humanidade viva. A maior ameaça que a vida sofre hoje é o seu extermínio, por falta de condições para uma existência hígida.

            Por isso é que a descarbonização é a palavra de ordem mais pronunciada pelos que não perderam de todo a consciência. Até os que vivem da exploração de petróleo se preocupam com isso e sabem que precisam investir na transição energética.

            Um dos projetos é reinjetar o dióxido de carbono em reservatórios esvaziados. Surgiu na Noruega a ideia de capturar carbono e reintroduzi-lo nos espaços depletados, ou exauridos. Os equipamentos para essa operação foram fabricados no Brasil pela Aker Solutions. Utilizou-se uma árvore de natal para a reinjeção de carbono e ela foi fabricada em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

            Também se estuda a criação de uma plataforma no meio do mar, também voltada à reinjeção de carbono. Não é fácil, porque precisa haver a captura, a liquefação do gás e sua introdução no campo vazio. A tendência é que todos os reservatórios de onde se extrai o petróleo hoje, um dia se esvaziem. Aproveitá-los para guardar o subproduto nocivo que eles geram é uma resposta.

            Simultaneamente, petroleiras e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul pensam em instalar usinas eólicas em alto-mar. Os ventos nos oceanos podem ajudar a produzir energia limpa e a acelerar o ritmo da descarbonização. Se não houver isso, a atmosfera se tornará a cada dia mais irrespirável e toda espécie de vida será prejudicada.

            Se isso ocorre na esfera macro, envolvendo empresas e pesquisadores, as pessoas podem oferecer a sua contribuição mediante economia no uso de água e de energia elétrica. Produzindo menos dejetos, menos resíduos sólidos. O excesso daquilo que chamamos “lixo” é uma das causas do comprometimento do ar que respiramos. A consciência ecológica é uma aliada no sonho possível de fazer com que a Terra volte a ser aquele planeta amigo e acolhedor, que deixou de ser por ignorância e insensatez de sucessivas gerações.

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.  

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