O corpo de Claudia Regina Rocha Lobo, secretária executiva da Apae que desapareceu em 6 de agosto, foi queimado por pelo menos 4 dias na zona rural de Bauru e no mesmo local utilizado pela instituição para queimar documentos. A informação foi revelada pela Polícia Civil de Bauru em coletiva de imprensa realizada na manhã de segunda-feira (26/08).
Segundo o delegado Cledson do Nascimento, presidente da entidade Roberto Franceschetti Filho, de 36 anos, foi preso e chegou a admitir informalmente que matou Claudia e que o motivo, segundo a Polícia, foi disputa por poder e desvio de verba dentro da Apae.
O depoimento do funcionário Dilomar Batista, suspeito de envolvimento no caso, foi crucial para as investigações. Ele disse à Polícia ter sido acionado por Roberto para auxiliá-lo a esconder o corpo e afirmou que foi ameaçado pelo presidente da entidade.
A Polícia apreendeu R$ 10 mil em espécie na casa da filha de Claudia Lobo e as investigações revelaram também que a secretária pedia “adiantamentos” a Roberto e que em certa ocasião chegou a solicitar R$ 40 mil.
A Polícia vê indícios de fraude contábil na entidade, já que esses valores eram registrados no livro-caixa como “adiantamentos a fornecedores”. Segundo as investigações, essas liberações só eram efetuadas mediante autorização de Roberto.
Fonte: SAMPINET BAURU.
RELEMBRE O CASO
Cláudia Regina da Rocha Lobo, de 55 anos, secretária-executiva da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bauru, no interior de São Paulo, foi assassinada a tiros e teve o corpo queimado em uma chácara, de acordo com investigações da Polícia Civil. Ela desapareceu em 6 de agosto.
Numa reviravolta que chocou a cidade do Noroeste paulista, o presidente da entidade, Roberto Franceschetti Filho foi preso temporariamente, após um vídeo desmentir a primeira versão que ele deu à polícia, de que não teria estado com a vítima no dia em que ela foi vista pela última vez. A prisão dele ocorreu nove dias após o desaparecimento da funcionária.
Em um primeiro depoimento, logo após sua prisão, Roberto o presidente da entidade chegou a indicar o local onde teria jogado o corpo de Cláudia e o queimado com “papéis e materiais inservíveis”, em um área rural no bairro Pousada da Esperança.
No quarto dia de sua prisão, orientado por sua defesa, o presidente da Apae negou a autoria do crime.
Fragmento de ossos
A geolocalização e movimentação do celular de Roberto, ainda conforme a investigação da Deic, condizem com a localização da chácara onde foi encontrado o que sobrou do corpo da vítima: somente fragmentos de ossos.
As imagens obtidas pela polícia mostram que Cláudia e Roberto estiveram no mesmo carro em que, segundo a polícia, ela foi morta a tiros. O veículo também foi usado para transportar o corpo dela para uma chácara num bairro afastado, onde foi queimado junto com papéis.
Como mostrado pelo Metrópoles, a munição deflagrada de uma pistola calibre 380, encontrada no carro conduzido pelo presidente da Apae de Bauru, foi disparada pela arma dele, conforme laudo pericial divulgado no último dia 20.
A Deic de Bauru confirmou a participação de um segundo funcionário da Apae no assassinato de Cláudia. Ele indicou o local onde o corpo foi incinerado, acrescentando que o cadáver lhe foi entregue por Roberto.
A motivação para o assassinado, seguido de ocultação de cadáver, seria um “rombo no caixa” da entidade.
Entenda o caso
Em 6 de agosto, imagens de câmera de segurança flagraram a funcionária deixando o prédio onde fica o escritório administrativo da entidade, com um envelope na mão, em direção ao mesmo carro, um Spin branco (veja abaixo). Esse foi o dia em que Claudia foi vista pela última vez.
Ela saiu, sozinha, sem os documentos e o aparelho celular, e teria dito a outra funcionária da Apae que resolveria questões relacionadas ao trabalho. De acordo com o delegado Cledson Nascimento, provavelmente, o telefone ficou lá para que Claudia não pudesse ser rastreada.
“Nós conseguimos imagens em que verifica-se que ele [Roberto Franceschetti] também está no veículo com ela. Provavelmente ela o pegou numa outra região da cidade”, afirma o delegado Cledson Nascimento.
As investigação indica que Claudia teria sido morta, a tiros, quando foi para o banco traseiro do carro, conduzido por Roberto.
Fonte: Metrópoles