Bebê de um ano morre com problemas respiratórios no Hospital Regional de Assis

Família alega que médico plantonista do HRA demorou para autorizar a transferência entre a UPA e o Hospital Regional de Assis e polícia precisou ser acionada; Velório está sendo realizado na São Vicente Prever

Arthur Xavier Damasceno, de apenas um ano, faleceu na manhã de  segunda-feira, 30 de setembro, após complicações respiratórias. O menino havia dado entrada na UPA de Assis durante o domingo, dia 29 de setembro, com sintomas de bronquiolite e dificuldades respiratórias, sendo iniciado o tratamento. A família alega que demora do médico plantonista do Hospital Regional de Assis em aceitar a transferência para a UTI Pediátrica contribuiu para a piora da criança.

Segundo Kleber Nogueira, avô da criança, que procurou o Portal AssisCity, o início de tudo teria sido quando, ainda durante a tarde, o menino começou a passar mal com sintomas parecidos com uma crise alérgica durante a comemoração de seu aniversário de um ano. “De tarde, a avó paterna levou ele na UPA, onde foi atendido e medicado. Mas ao longo do dia, ele foi piorando”, relatou Kleber. Quando a situação se agravou, o bebê foi levado novamente para o UPA, onde foi diagnosticado com uma grave insuficiência respiratória.

Após ser estabilizado na unidade com suporte de oxigênio, o UPA acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que é gerido pelo Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema (CIVAP), e buscou uma vaga na UTI do Hospital Regional de Assis. No entanto, segundo fontes ouvidas pelo AssisCity, a transferência demorou a acontecer. Ao Portal AssisCity, o avô do menino relatou o desespero entre a liberação da vaga e a transferência do menino.

“Tivemos que ir até o SAMU bater no portão para conseguir falar com alguém. Quatro e meia da manhã liberaram a vaga no Regional, mas o SAMU tinha que buscar o Arthur. O primeiro, a UPA tentou contato logo às 4h45, mas sem resultados. Depois tentamos entrar em contato também, e continuamos sem conseguir. Às 5h20 decidimos ir pessoalmente ao SAMU. Cheguei lá, bati no portão, apertei a campainha, e ninguém atendia. Minha esposa e eu batemos palma, até alguém apareceu e disse que já iam nos atender. Quando uma viatura do SAMU chegou, disseram que precisavam de uma ambulância especial para levar o menino mais rápido, porque a situação era grave. A resposta foi que dependia do médico do Regional liberar o transporte. Esperamos, mas nada aconteceu”, contou.

Ele acrescentou que a situação se agravou quando, por volta das 6h30, voltou ao UPA para tentar uma solução. “Nós ligamos de novo e disseram que dependia do médico liberar o leito. Pegamos a polícia e fomos direto ao Hospital Regional, onde subimos para falar com o médico. O doutor parecia ter acabado de acordar, com o rosto molhado. Ele nos mostrou o leito e disse que só liberaria às 7h, mas a vaga já estava liberada desde as 4h30. A polícia pediu os documentos do médico, e assim que descemos, a ambulância foi buscar o Arthur.”

Apesar da transferência ter ocorrido por volta das 7h, Arthur já estava em estado crítico. “Quando a ambulância chegou para pegar o menino, ele já estava com falência dos órgãos. Eles tentaram reanimá-lo, mas não conseguiram. Meu neto morreu às 9h da manhã”, desabafou o avô.

O Portal AssisCity procurou a Unidade de Pronto Atendimento de Assis (UPA Ruy Silva), que informou, com base no prontuário de Arthur, que o atendimento ocorreu por volta da meia-noite e que a vaga para a UTI foi disponibilizada logo em seguida através da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS). No entanto, segundo a UPA, o SAMU não realizou o transporte porque o médico plantonista da UTI do Hospital Regional de Assis informou que só poderia receber a criança pela manhã.

Apesar de a vaga ter sido liberada, a transferência só ocorreu por volta das 7h, e o estado de Arthur já estava crítico. “Quando finalmente conseguiram a ambulância, já era tarde. Ele começou a ter falência dos órgãos e não resistiu”, lamentou o avô.

Nossa reportagem também entrou em contato com o diretor do Hospital Regional de Assis, Edmar Luis de Oliveria, e com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, mas até o momento não obtivemos resposta. Buscamos ainda esclarecimentos com Ida Francoso, do CIVAP (entidade que é responsável pelo SAMU), mas nossas solicitações ainda não foram respondidas.

O Portal AssisCity também procurou o médico plantonista do Hospital Regional que é citado pelo avô do menino mas, até o momento, não foi encontrado para dar esclarecimentos. O espaço continua aberto para futuras manifestações.

Arthur está sendo velado na Sala 7 do Centro Funerário da São Vicente Prever. O sepultamento será no Cemitério Municipal de Assis, em horário ainda não definido.

Fonte: AssisCity

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