Na Santa Casa de Juiz de Fora, o Profissão Repórter acompanhou o processo de avaliação para determinar se uma paciente poderia se tornar doadora de órgãos. Aos 56 anos, ela havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) há 20 dias e não recobrou mais a consciência. Os médicos identificaram sinais de morte encefálica.
Os três primeiros exames confirmaram a morte cerebral. Em um dos exames, uma substância vermelha foi injetada no corpo da paciente para verificar a circulação sanguínea no cérebro. O resultado determinou que não havia mais vida.
“A morte encefálica é a morte do sistema nervoso central. Então, por algum tempo, os órgãos continuam ativos. O protocolo de morte encefálica no Brasil é composto por quatro etapas: dois exames clínicos, um teste ventilatório, conhecido como teste de apneia, e um exame de imagem”, explica a médica intensivista, Gisele Schetini.
Em meio à dor da perda, a família da paciente tomou a decisão de doar os órgãos.
“Estávamos casados há 22 anos. Com namoro e casamento, 36 anos. Ela era a mulher da minha vida”, diz o homem emocionado.
O marido falou sobre a decisão da doação:
“Eu sempre acho que devemos salvar vidas. Saber que uma pessoa vai estar viva graças a ela. Não importa saber quem é, o importante é que alguém que está na fila da hemodiálise, sofrendo, vai receber um rim e sair daquela fila. Dá uma paz saber que um pouquinho dela ainda vai ficar.”
‘O órgão dele vai estar salvando outras vidas’
A reportagem ainda mostrou o irmão de uma vítima de atropelado que mesmo abalado pela perda também concordou com a doação das córneas.
“Hoje perdi meu irmão. Estou muito triste, mas Deus está me dando forças. O órgão dele vai estar salvando outras vidas, para mim, isso não se compra. É algo que Deus quer, e Ele está feliz por isso”, diz o irmão, emocionado.
Fonte: G1