Com uma aparência gótica, o papagaio-Drácula não é originário da Transilvânia e nem se alimenta de sangue. Descubra essa ave rara e de beleza única
O célebre personagem Drácula, criado pelo autor irlandês Bram Stoker em 1897 para o livro de mesmo nome, se tornou um ícone da literatura de horror como o vampiro mais famoso da ficção. Sobre ele existem filmes, peças teatrais e outras obras influenciadas pelo personagem.
E essa influência é tão abrangente que até mesmo uma ave rara ficou conhecida popularmente como papagaio-Drácula (Psittrichas fulgidus) por conta de sua aparência sinistra, totalmente diferente dos papagaios coloridos.
Mas o animal, também chamado de papagaio-de-Pesquet ou papagaio-abutre, não tem nada de vampiresco e tampouco se alimenta de sangue, como explica a Encyclopædia Britannica (plataforma de conhecimento do Reino Unido).
O nome em referência ao vampiro vem de seu visual “naturalmente” gótico. O pássaro parece estar envolto em um manto de penas pretas forrado com penas vermelhas por baixo; também possui um olhar marcado, o que faz com que pareça uma verdadeira versão de Drácula do mundo das aves.
Saiba algumas curiosidades sobre o papagaio-Drácula, como ele é fisicamente, onde vive e do que essa ave tão diferente se alimenta: Descubra ainda por que, apesar de lembrar o terrível vampiro da ficção, o pássaro não é perigoso e está ameaçado de extinção.
O papagaio-Drácula é originário de onde?
O personagem Drácula tem sua origem ligada à região da Transilvânia, na Romênia, um país da Europa. Já o papagaio-Drácula, ave que se assemelha ao vampiro das histórias de terror, é nativo de um local do outro lado do mundo: Nova Guiné – uma das maiores ilhas do planeta, localizada no oceano Pacífico.
O papagaio-Drácula é endêmico de uma região bem específica da ilha, as encostas florestais do norte de Nova Guiné, não sendo encontrado naturalmente em nenhuma outra parte do mundo, de acordo com a Britannica.
Uma dupla de papagaios-Drácula livres em seu habitat natural: a ilha de Nova Guiné, localizada no oceano Pacífico.
Foto de Bogniets CC BY 2.0
Qual é a aparência do papagaio-Drácula?
O Psittrichas fulgidus é da família dos Psittacidae e costuma viver de 20 a 40 anos. Ele é um papagaio de cauda curta e costuma ter quase 50 centímetros de comprimento – mais ou menos do tamanho de um corvo (outra ave ligada ao universo do terror que foi homenageada em textos do escritor Edgar Allan Poe).
Conforme descreve a Britannica, o papagaio-Drácula “possui penas pretas na sua parte superior e nas asas, tendo as partes inferiores e do peito cobertas por penas vermelhas e as pernas cinzas”. Já na parte frontal da cabeça ele não tem penas, sendo que os machos apresentam uma mancha vermelha atrás dos olhos.
De que se alimenta o papagaio-Drácula?
Essa exótica ave pode até parecer assustadora por sua aparência, mas ela não é uma espécie perigosa aos seres humanos e não se alimenta de sangue – nem mesmo de carne.
O papagaio-de-Pesquet é frugívoro (animais que comem basicamente de frutos) tendo um paladar bem específico, como explica um artigo da Cambridge University, do Reino Unido. A fonte detalha que ele se alimenta especialmente de diferentes espécies de figo e de algumas outras frutas, flores e néctar.
O papagaio-Drácula está ameaçado de extinção?
Por ter uma beleza única e exótica, esses papagaios são muito procurados por contrabandistas de aves em Papua Nova Guiné, os quais têm como objetivo as suas penas – muito usadas em tradicionais adornos de cabeça na região, conforme conta o artigo da Cambridge University.
De acordo com uma pesquisa da Wildlife Conservation Society – uma organização que pertence ao New York Zoological Society, dos Estados Unidos – 8% da população total estimada de papagaios-Drácula é morta anualmente para satisfazer a demanda local em Papua Nova Guiné – país localizado na parte oriental da ilha de Nova Guiné.
Desde 2017 o papagaio-Drácula figura na lista vermelha da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza) que cataloga os animais em perigo de extinção e, atualmente, ele está classificado como vulnerável.
FONTE: National Geographic