A Polícia Civil abriu três novos inquéritos para investigar a prática de perseguição e importunação sexual praticadas pelo rapaz de 22 anos que foi preso há duas semanas acusado de roubar e estuprar uma jovem de 21 anos na região do bairro Paraná. As vítimas, que incluem uma adolescente, ficaram sabendo da captura do estuprador, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça da Comarca, e resolveram procurar a Delegacia de Palmital para denunciar os casos.
O acusado foi preso depois de ter atacado duas jovens durante a madrugada 26 de janeiro quando elas voltavam para casa pela rua Satyro Molitor, nas proximidades do monumento de Nossa Senhora de Fátima. O abusador chegou de bicicleta e, usando um chapéu para dificultar a identificação, abordou inicialmente a mais nova, de 19 anos, tocando em suas partes íntimas e a agarrando pelo pescoço, fazendo com que gritasse por socorro. Em seguida, ele levou a outra moça para um terreno baldio e a estuprou, levando também seu celular.
Após o crime, as polícias Civil e Militar realizaram um trabalho conjunto e conseguiram identificar e prender o autor ainda em situação de flagrante. Na casa onde ele estava no CDHU Miguel Huertas, foram encontrados o celular da vítima e a bicicleta e o chapéu usados no crime. Depois da grande repercussão do caso na imprensa e em redes sociais, novas vítimas do abusador criaram coragem e procuraram a Polícia Civil para denunciar que foram perseguidas e importunadas sexualmente.
Segundo o delegado Marcelo de Sousa, o acusado não chegou a violentar nenhuma das novas vítimas. “Ele as perseguia de bicicleta com um capuz cobrindo o rosto com objetivo de molestar sexualmente. Seguia de longe e atacava a vítima somente quando chegava a um local deserto e escuro”, disse o chefe da Polícia Civil de Palmital ao descrever o modus operandi do rapaz. O delegado informou ainda que cada novo registro é investigado independentemente, reforçando a necessidade de que o acusado continue preso para evitar que volte a atacar outras mulheres.
DENÚCIAS – Na segunda-feira da semana passada (27/01), um dia depois da prisão, uma adolescente procurou a delegacia para denunciar que havia sofrido importunação pelo rapaz. Ela contou que, na noite de 20 de dezembro, ia para casa e foi seguida pelo acusado. Quando chegou perto de sua residência, o agressor a alcançou e tocou suas nádegas. Mesmo assustada, consegui fugir para evitar o pior e disse também que havia sido molestada dias antes pelo criminoso, quando ele a procurou e ofereceu dinheiro para que o acompanhasse.
Outra se apresentou na terça-feira da semana passada (28/01) à Polícia Civil. A mulher de 26 anos disse que o rapaz a perseguiu dois anos antes. Ela contou que, em 2023, o acusado começou a acompanha-la diariamente pelas ruas da cidade. Na época, a vítima e a mãe conseguiram identificar o jovem e foram até sua residência para interpela-lo, ocasião em que ele negou e cessou a perseguição. A moça até chegou a relatar os fatos à PM, sendo orientada a procurar a Delegacia de Palmital, mas não o fez na época.
Uma jovem de 18 anos foi à Delegacia de Palmital na última segunda-feira para relatar que, em outubro do ano passado, foi abordada pelo rapaz mascarado quando fazia uma caminhada matinal com seu cachorro pela região central da cidade. O acusado a teria seguido e importunado diversas vezes com frases de cunho sexual, mas ela resistiu e conseguiu fugir, inclusive com a ajuda do animal de estimação que avançou sobre o criminoso. Na ocasião, a PM também foi acionada, mas não localizou o autor.
O delegado disse que, nas três ocorrências, o acusado agiu com o mesmo padrão ao seguir as vítimas de bicicleta e usar chapéu e máscara para esconder o rosto. Marcelo de Souza informou ainda que as vítimas decidiram procurar a polícia depois de saber que o rapaz havia sido preso. O chefe da Polícia Civil relatou que ainda há um quarto caso em apuração no qual o rapaz estava observando duas jovens por cima de um muro de uma casa e fugiu ao notar que havia mais pessoas no local.