Patriotismo político

“…estamos experimentando o que há de pior na democracia polarizada e agora muito mal disfarçada…”

Há muito se sabe que a atividade política não é absolutamente confiável, que muitos de seus atores não são exatamente o que se dizem e, que, tanto as opiniões como os discursos, as parcerias e até mesmo as ideologias são mutáveis, como prova de forma eloquente o atual vice-presidente da república, Geraldo Alckmin. Mais do que defender os interesses da nação, de lutar pelo bem e pelos direitos do povo e buscar a justiça social, a grande maioria dos políticos, de direita, esquerda ou centro, tem como objetivo alcançar o poder, assim como seus seguidores perseguem o mesmo propósito de seus líderes de ocasião.

Uma das poucas grandes virtudes da democracia representativa é a possibilidade de alternância do poder, que impede o controle do Estado pelos governantes que desejam se eternizar, mas os meios de escolha seguem as receitas das ditaturas do poder exercido pelos partidos que dominam a cena política nacional. Com mais de 30 anos de polarização entre dois grupos que dizem representar o pensamento da esquerda e da direita, estamos experimentando o que há de pior na democracia polarizada e agora muito mal disfarçada de patriótica dos dois lados.

O patriotismo encenado atualmente pela direita brasileira, que historicamente domina a maioria dos governos na maior parte do tempo, não passa de um desejo mórbido de se manter no poder a qualquer custo, mesmo que seja cometendo o crime lesa-pátria de atacar e enfraquecer as instituições democráticas. Para tanto, são contra as urnas, quando perdem; contra as vacinas, quando convém; contra a Justiça, quando a ela têm de responder; e até contra o próprio país, quando se vislumbra um aliado forte disposto a encampar suas teses, mesmo que seja pelo interesse econômico de outra nação, como se vê hoje no apoio aos Estados Unidos em suas medidas contra o Brasil.

Do outro lado, a esquerda descreditada que voltou ao poder graças e unicamente à incompetência e despreparo do líder ungido pela direita, se aproveita do desespero dos radicais empenhados em reverter a situação à força e, assim, assumir o falso patriotismo também falsamente encampado como bandeira política. Diante deste quadro lamentável que corrói a economia, alimenta a corrupção, desacredita a justiça e divide o povo em dois grupos antagônicos, precisamos de patriotas de verdade que estejam de fato interessados no desenvolvimento econômico e social e não apenas no poder político.

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Cláudio Pissolito

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