“…anistias condescendentes com os poderosos que se mantiveram imunes às leis…”
Depois de ao menos sete golpes de estado nos últimos 136 anos, incluindo a própria proclamação de república, que destituiu o melhor governante da história do país, o sábio e ponderado imperador D. Pedro II, pela primeira vez os articuladores de mais uma afronta à constituição federal foram devidamente julgados e estão sendo punidos.
Nesta longa história de desrespeito às leis e de desapreço à sagrada democracia, o vírus golpista permaneceu latente, povoando a mente e os sonhos dos fanáticos pelo poder absoluto e confundindo os anseios do povo que sempre busca alternativas que parecem mais fáceis.
A recorrência dos golpes de estado e dos planos e tentativas desaparecem da memória curta de grande parte da população, pela propaganda enganosa de um passado falsamente vendido como primoroso e pela desestabilização proposital e criminosa de governos legítimos, a troco de soluções enganosas da força.
O último golpe militar, de 1964, durou mais de 20 anos e foi marcado pela censura, pela limitação dos direitos individuais e, muito lamentavelmente, pelas perseguições a adversários políticos vítimas de prisões arbitrárias, torturas e desaparecimentos jamais punidos.
Em todos os casos de quebra e aviltamento dos princípios constitucionais e democráticos, prevaleceram as anistias condescendentes com os poderosos que se mantiveram imunes às leis, aptos a cultivar ideais totalitaristas e a fazer novas tentativas de rompimento com o Estado Democrático de Direito.
Assim foram mantidos curtos períodos de democracia plena, sempre intercalados pelos regimes de exceção marcados pela dureza dos mandatários incapazes de conviver com a liberdade de expressão, do pensamento e com a sagrada prática da imprensa livre, valores essenciais e únicos para garantia da voz ao povo.
O julgamento e a condenação de um ex-presidente da república e seus aliados, que inclui militares de alto escalão, não deve ser considerados como afronta à chamada ideologia da direita, que sempre dominou a política nacional e é responsável pelo país que temos hoje.
Afinal, não faz muito tempo que o principal líder da esquerda brasileira sofreu processo semelhante por motivos muito parecidos, de usar de forma errônea o poder concedido pelo povo, o que prova que a punição exemplar aos detratores da nossa Constituição Federal é a forma mais correta de manter o Brasil acima de tudo e acima de todos.
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