Fofocas contando sobre presente para o ex-namorado, uso de anabolizantes, traição, exposição de relacionamentos alheios e flertes faziam parte do perfil criado por Anielly Mariana Sousa Silva, de 21 anos, para expor a vida dos moradores de Conceição das Alagoas e Uberaba, no Triângulo Mineiro.
Com o conteúdo, que não se preocupava em esconder o nome das pessoas envolvidas nas fofocas ou confirmar as informações, Anielly fez com que ele se tornasse a sua principal fonte de renda, cobrando cerca de R$ 300 para remover as publicações.
Segundo o delegado da Polícia Civil de Conceição das Alagoas, Bruno Vinicius, até o momento não foi possível estipular o valor total que a jovem ganhou com as fofocas. Além disso, foi pedido um prazo adicional de15 dias para finalizar o inquérito.
Em uma das postagens, Anielly disse: “X achou que estava sendo muito amada, estava sendo muito corna”. Em outra ela também expõe: “Y com a mulher em casa e outras no rodeio”.
A jovem foi presa preventivamente em 9 de setembro pelo crime de extorsão digital.
O g1 procurou os advogados Wemerson Moreira e Carlos Augusto, responsáveis pela defesa de Anielly, que informaram que, por enquanto, não se manifestarão sobre o caso.
Há pelo menos dez boletins de ocorrência contra ela por crimes contra a honra, e a Polícia Civil continua investigando para localizar outros casos e calcular quanto a jovem arrecadou com as publicações.

Fofocas prejudicaram moradores
O g1 apurou ainda que, entre os Boletins de Ocorrência registrados contra Anielly nos últimos meses, há um caso envolvendo uma instituição social da cidade, onde a página administrada por ela informava supostos maus-tratos a uma criança.
Em outro boletim, Anielly é acusada de prejudicar o tratamento psicológico de uma mulher exposta na página de fofocas. A vítima havia perdido recentemente o companheiro em um acidente, e a exposição, segundo consta no registro policial, teria agravado o estado emocional da vítima.
Segundo o delegado Bruno Vinícius, Anielly intensificou as postagens nos últimos meses e passou a negociar diretamente com as vítimas.
“Ela contou que chegou a ganhar R$ 500 de uma mulher, de um rapaz ela ganhou R$ 200. Ela não tinha critério para os valores, ela negociava com as vítimas. O que ela queria era dinheiro”, comentou o delegado.
Fonte: g1.