Na madrugada de domingo, 07 de dezembro, uma ocorrência de perturbação de sossego na Vila Popular, em Cândido Mota, terminou em violência e deixou três policiais militares feridos. O caso, registrado na Polícia Civil, envolveu um casal, uma adolescente e outros familiares que estavam na residência no momento da abordagem.
Segundo o boletim de ocorrência obtido pelo Portal AssisCity, a equipe foi acionada por um idoso, pai de um dos moradores da casa, por volta da 1h, para atender uma ocorrência de som alto. Ao chegarem ao local, os agentes conversaram com a moradora, que inicialmente se mostrou colaborativa e afirmou que reduziriam o volume.
No entanto, ao retornarem para a viatura, os policiais relataram terem sido hostilizados pelo companheiro da moradora, que teria proferido ofensas e se recusado a cumprir a orientação.
De acordo com o registro, o morador também teria ameaçado os agentes, afirmando que “mataria quem tentasse entrar na residência”. Diante da situação, os policiais deram voz de prisão e, segundo o boletim, o homem teria resistido e retornado para dentro do imóvel, quando então os policiais solicitaram reforço de outras equipes da PM.
Com a chegada do reforço, segundo o boletim, a situação se agravou. A moradora e a filha adolescente teriam tentado impedir a prisão. Em determinado momento, a adolescente teria começado a gritar com o avô, responsável pela solicitação policial, afirmando que “caso seu pai fosse preso, mataria o avô e qualquer pessoa que tentasse prendê-lo”.
Os policiais então teriam tentado uma negociação, solicitando que o homem saísse de forma pacífica para ser conduzido ao Plantão Policial. Nesse momento, segundo o boletim de ocorrência, ele passou a bater com uma faca na janela e a reiterar ameaças. Após tentativa de diálogo, ele saiu pelos fundos, mas manteve as mãos escondidas e, de acordo com a PM, foi submetido ao uso de um taser para ser imobilizado.
No momento em que um dos policiais se aproximou para realizar o algemamento, a adolescente teria tentado golpeá-lo com uma faca, atingindo seu antebraço. Diante da situação, outra policial tentou intervir, mas acabou sendo imobilizada com um golpe “mata-leão” pela moradora, sendo posteriormente atingida também pela adolescente com uma faca, sofrendo um corte profundo no braço. Um terceiro policial foi ferido no supercílio durante a ação.
Ainda conforme o boletim, após nova resistência, o homem fugiu pelo telhado de casas vizinhas, mas foi localizado a alguns imóveis de distância. Todos os envolvidos foram encaminhados à Santa Casa, onde os policiais feridos receberam sutura e atendimento médico. O homem e a adolescente também foram atendidos, e as escoriações registradas teriam ocorrido durante a fuga.
Posteriormente, o grupo foi apresentado na Central de Polícia Judiciária de Assis, onde o delegado responsável analisou os depoimentos e laudos. O delegado registrou a natureza do Boletim de Ocorrência como tentativa de homicídio contra agentes de segurança, além de crimes de ameaça, resistência, desobediência, desacato e lesão corporal.
O casal teve a prisão em flagrante deflagrada e a adolescente teve procedimento registrado em auto separado.
Versão da defesa
O advogado de defesa da família, Dr. Mário Ruy, apresentou uma versão distinta dos fatos. Segundo o advogado, a moradora teria colaborado de imediato, desligando o som. O conflito teria começado após um desentendimento verbal entre um policial e o companheiro da moradora. A defesa afirma que o homem foi empurrado e caiu no chão, o que teria gerado desespero entre os familiares.
O advogado também alega que os três moradores teriam sofrido agressões e tortura por parte dos policiais após a entrada na residência, situação que, segundo ele, estaria registrada em fotos e vídeos apresentados à autoridade policial.

Após análise do caso, o delegado homologou o flagrante, mas não converteu a prisão em preventiva. Em audiência de custódia, realizada nesta segunda-feira, 08, a Justiça concedeu liberdade provisória ao casal, determinou novo exame de corpo de delito nos envolvidos e encaminhou o caso à Corregedoria da Polícia Militar para apuração das denúncias feitas pela defesa.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar detalhadamente todas as condutas, incluindo as lesões sofridas pelos policiais e as alegações da família. A investigação segue em andamento.
O Portal AssisCity solicitou uma nota à Polícia Militar e fotos dos policiais feridos, mas até o momento da publicação desta matéria, não houve retorno. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Fonte: AssisCity.













