Ex-gerente de banco em Palmital fraudou cartões e deu prejuízo de R$ 308 mil a empresários, diz polícia

A Polícia Civil de Palmital está investigando um esquema sofisticado de furto mediante fraude, invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A suspeita é uma ex-gerente que atuou em agência bancária da cidade, que encerrou atividades recentemente.

Ela utilizou dados de empresários, proprietários de um tradicional estabelecimento comercial, para a emissão de dois cartões sem a autorização das vítimas, com os quais realizou centenas de operações financeiras diárias de baixo valor, que ocasionaram um prejuízo estimado em R$ 308 mil.

As investigações, comandadas pelo delegado Marcelo de Souza, começaram quando as vítimas procuraram a Polícia Civil no início de novembro para denunciar movimentações financeiras incompatíveis com a rotina da empresa na instituição financeira.

Conforme apurado, desde julho de 2025, saques diários e consecutivos, sempre no valor de R$ 1 mil e realizados em séries de três operações, vinham sendo registrados de forma sistemática com cartões emitidos pelo banco sem que houvesse conhecimento dos titulares da conta.

A equipe de investigação identificou compras suspeitas feitas com os cartões fraudados em lojas de Assis e Cândido Mota. Em um dos estabelecimentos, a compra estava registrada diretamente no nome da investigada e, em outro, uma funcionária reconheceu a ex-gerente — que atuava na carteira de pessoas jurídicas da região — como autora da transação.

Imagens de câmeras de segurança de um supermercado de Assis também mostraram a acusada realizando saques em caixa eletrônico nos mesmos horários e valores registrados nos extratos bancários.

Durante a apuração, foi constatado que os números de telefone e endereços de e-mail das vítimas foram alterados no sistema bancário, impedindo o recebimento de alertas sobre movimentações suspeitas.

Para o delegado responsável pelo caso, essa ação “demonstra planejamento técnico e detalhado do esquema criminoso”. Diante das provas levantadas, Marcelo de Souza representou pela realização de buscas domiciliares contra a acusada, resultando na expedição de mandados pela Justiça da Comarca, com parecer favorável do Ministério Público.

Foto: Divulgação Polícia Civil

As buscas foram realizadas na manhã desta quinta-feira (11/12) em dois endereços da acusada, em Assis. Os policiais encontraram diversos extratos bancários, alguns com registros de depósitos em espécie direcionados à conta da ex-gerente, que pediu demissão da instituição financeira há aproximadamente um mês, depois que a equipe de investigação da Polícia Civil de Palmital iniciou o levantamento de informações junto ao banco. Também foram apreendidos documentos e contratos, alguns deles com indícios de possível adulteração.

A polícia encontrou bolsas e roupas de marcas de luxo, consideradas incompatíveis com o padrão de consumo da acusada, além das vestimentas que teriam sido usadas em um dos saques registrados por câmeras de segurança.

Durante a operação, houve ainda a apreensão de uma maquininha de cartão, possivelmente utilizada nas compras realizadas com os cartões das vítimas, e de um veículo Toyota Corolla adquirido recentemente pela investigada, que será objeto de apuração sobre eventual relação com o esquema.

Foto: Divulgação Polícia Civil

A acusada foi levada para uma unidade da Polícia Civil de Assis, onde foi interrogada e teria confirmado a prática delituosa. Em seguida, ela foi liberada. Marcelo de Souza afirmou que deverá analisar a documentação e os dados dos equipamentos apreendidos para concluir o inquérito em breve, destacando que há “boa materialidade” contra a acusada. Assim, o caso poderá ser relatado ao Judiciário, que poderá apresentar denúncia criminal contra a ex-gerente.

Segundo o delegado, a investigação demonstra um modus operandi profissional, reiterado e estruturado, praticado ao longo de vários meses, com prejuízos expressivos por meio da violação de dados bancários sensíveis.

A Polícia Civil reafirma seu compromisso com o combate à criminalidade patrimonial, especialmente quando envolve violação de confiança e uso indevido de informações privilegiadas, e segue atuando para garantir a responsabilização de todos os envolvidos”, finalizou.

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