‘A gente nunca imagina que chega na nossa casa’, diz marido de professora que morreu com suspeita de Covid-19

Francisca Landim Sousa Lira, de 43 anos, morava em Axixá do Tocantins. Enquanto esteve internada, mulher teve dois testes positivos para Covid-19 e outro que deu negativo.

 

“A gente nunca imagina que chega na nossa casa”. O desabafo é do pastor Cleomar Lira, marido da professora Francisca Landim Sousa Lira, de 43 anos, que morreu na madrugada desta segunda-feira (11), com suspeita de Covid-19. O enterro foi em Axixá do Tocantins, norte do estado, onde a vítima morava com a família.

A Secretaria de Saúde do município de Axixá informou que o caso dela ainda é tratado como suspeito. A morte da professora também não consta no boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde nesta terça-feira (12).

Cleomar conta que no fim do mês de abril, a mulher sentiu falta de ar e foi internada no Hospital de Augustinópolis. A família não imaginou que ela poderia estar com Covid-19, porque a mulher enfrentava problemas de saúde há anos e já havia tido o mesmo sintoma.

“Esses sintomas ela sente há tempo, 12 anos que ela passava por enfermidades, tratava em Araguaína de hanseníase, pneumonia, fibromialgia, tomava muita medicação”, contou o marido.

Mas um teste rápido feito no hospital testou positivo para Covid-19. “Não sei como ela pegou, porque daqui de casa ela não saía”, relatou.

Após o diagnóstico, ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Araguaína e ficou em isolamento. “Depois de alguns dias saiu a contraprova e deu negativo, e aí tiraram ela do isolamento. Mas, ela não se recuperou, o hospital então fez uma tomografia, fez outro teste rápido que deu positivo. Encaminharam ela no domingo para o Hospital Dom Orione, porque disseram que no Regional não tinha vaga na UTI, ela deu parada cardíaca e ela não resistiu, morreu na madrugada de segunda-feira”.

O marido diz que o corpo foi levado para a cidade de Axixá do Tocantins na noite desta segunda-feira e rapidamente enterrado. Em meio a dor e a tristeza, Cleomar também se indigna com a burocracia.

“A burocracia para tirar o corpo é grande, deveria não fazer isso, tem só uma funerária em Araguaína para fazer esse tipo de serviço. O custo é alto. A gente nunca imagina que chega na nossa casa. Está difícil, mas vamos superar isso. O que deixa de exemplo é que a gente pede que os gestores tomem atitudes porque o sofrimento é grande”, finalizou.

Francisca era professora em Parauapebas (PA), mas estava afastada e recebia o benefício do INSS. Ela deixa o marido e três filhos, sendo uma criança de seis anos.

FONTE: G1 PORTAL DE NOTÍCIAS.

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