No início, foi difícil para Maria Aparecida Mori Bruno, de 81 anos, perceber que apresentava sintomas de Covid-19. Segundo a família, a idosa, que sempre foi muito carismática e ativa, achava que estava apenas um pouco “preguiçosa”. “Ela começou a se sentir fraca, com uma moleza, não queria sair da cama, mas dizia para todo mundo que era só preguiça”, conta a bisneta Monique Estevão da Silva.
A família, então, decidiu levá-la até a Unidade de Pronto Atendimento (UPH) do Éden, em Sorocaba (SP). Lá, a idosa foi diagnosticada com infecção de urina e chegou a fazer o tratamento em casa por uma semana. “Fizemos o tratamento indicado, mas ela continuava muito fraca, já não estava se alimentando direito. Foi aí que decidimos levá-la para outro Pronto Atendimento. Chegando lá, ela acabou passando mal e desmaiou”, explica.
Preocupados, os médicos decidiram internar a idosa. No entanto, no mesmo dia, a família recebeu a notícia de que uma nora de Maria Aparecida havia testado positivo para Covid-19. “A partir daí, começaram a tratá-la como paciente com suspeita de coronavírus e a levaram para a área de isolamento”, continua Monique.
Logo em seguida, a idosa foi transferida para a UPH da zona leste, onde ficou dois dias aguardando uma vaga no hospital de campanha. Segundo a bisneta, ela precisou de oxigênio para conseguir respirar melhor nos primeiros dias.
Em 26 de junho, Maria Aparecida foi transferida para o hospital de campanha, mas foi somente no dia 4 de julho que recebeu o diagnóstico positivo de Covid-19. “Foi um período bem difícil para a gente, porque não podia ter visitas e as notícias vinham só por telefone. Tinham dias que não ligavam, então nós tínhamos que mandar mensagem para saber como ela estava”, explica a bisneta. Com o passar dos dias, a idosa foi apresentando melhoras no estado de saúde e no dia 10 de julho recebeu alta.
FAMILIARES INFECTADOS
Depois que Maria Aparecida já estava internada no hospital de campanha, outras cinco pessoas da família também testaram positivo para a doença. Além da nora da idosa, um dos filhos e três netos começaram a ter sintomas e tiveram o diagnóstico confirmado.
Dias depois, a própria Monique e uma prima também testaram positivo para a doença. No entanto, todos passam bem e continuam em isolamento domiciliar.
“Estamos tomando todos os cuidados, inclusive com as pessoas que estão cuidando da minha avó. Todos nós cumprimos os dias de isolamento certinho e seguimos tomando todas as medidas de higiene possíveis.”
Fonte: G1