No mundo em que vivemos, estamos a todo o momento realizando escolhas: de objetos, de lugares onde desejamos ir, de pessoas com as quais queremos ou não conviver, de ações etc. É uma prática no nosso dia a dia, apesar de circunstancial, uma vez que as escolhas são feitas sempre em função do momento, da nossa história de vida, das influências familiares e sociais, das condições em que estamos inseridos.
Dentre tantos processos decisórios que o indivíduo enfrenta na vida, um deles é a escolha profissional que, em nossa sociedade, na maioria das vezes, ocorre na adolescência. E é justamente nesta fase, marcada por conflitos internos, instabilidades, crises, mudanças corporais e psíquicas que o jovem depara-se com a escolha que definirá o seu futuro, deixando-o confuso e receoso, afinal, ele questiona: “como escolher algo para o resto da minha vida, se mal consigo compreender minhas emoções no momento presente?”.
No entanto, não é apenas isso que o angustia. O mercado de trabalho tem uma variedade de profissões que até algumas décadas tinham uma clara definição de seus papéis ocupacionais e sociais. Atualmente, diante das constantes mudanças, as profissões apontam para um futuro incerto.
Outro ponto são as influências que o adolescente recebe da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação e que pode leva-lo a tomar decisões equivocadas. Além do mais, numa sociedade capitalista, que valoriza o ter em detrimento do ser, a escolha da profissão é muitas vezes fundamentada apenas no retorno financeiro deixando de lado a realização e satisfação profissional. De outro modo, a gratificação emocional também pode ser sacrificada em função da condição socioeconômica familiar, determinantes de muitos projetos.
Neste rol de influências, uma delas, e nem sempre notada pelo adolescente, diz respeito à profissão dos pais ou familiares. O nível de satisfação ou insatisfação que os mesmos expressam sobre suas ocupações podem levar o adolescente a considerar a narrativa de tais experiências como determinante para a escolha ou não da mesma profissão. O mais grave é que sem uma visão realista da situação.
Assim, em meio à produção de hormônios e às transformações biopsicossociais, parece que não é uma boa hora para este adolescente escolher o que vai ser na vida, principalmente pelo receio que ele tem de errar ou decepcionar seus pais. Contudo, apesar dos obstáculos, esta dimensão pode ser transformada através do autoconhecimento e a orientação profissional é uma das ferramentas que pode auxilia-lo a escolher seu caminho de maneira mais plena possível.
E se lá na frente, quando estiver cursando a faculdade ou até mesmo depois de formado, decidir mudar de área, não tem problema, pois não existe nada pior do que passar a maior parte da vida fazendo algo que não goste.
Créditos: Joselene L. Alvim- psicóloga / G1