Plantar lazer e colher vírus

“…muitos aparentemente saudáveis já estão transmitindo o vírus…”

Depois de mais de cinco meses enfrentando medidas restritivas de circulação de pessoas, de frequência nos espaços públicos e de manutenção do distanciamento social com o uso de máscaras para evitar ou reduzir a possibilidade de contaminação pelo Novo Coronavírus, cuja pandemia já é uma das maiores da história da humanidade, parece que as populações entram em estado de relaxamento ou de rebeldia contra as normas impostas ou recomendadas.

O último final de semana prolongado, o primeiro com temperaturas elevadas desde o início da pandemia, se transformou numa espécie de “estouro de boiada” com destino a praias, às montanhas e às cidades do interior. Junto com o lazer antecipado, vem o risco do aumento da contaminação.

Considerando que cada região do Brasil, um país de dimensões continentais, enfrenta um estágio diferente no quadro avaliado diariamente, as viagens e as aglomerações se transformam em fatores de enorme risco para todos.

Como grande parte da população é formada de pessoas assintomáticas e os primeiros sinais da doença costumam aparecer cerca de 14 dias após o contágio, muitos aparentemente saudáveis já estão transmitindo o vírus e, consequentemente, fazendo aumentar o número de casos que podem se confirmar.

E, como o verão é um período de maior concentração de pessoas em espaços públicos e de lazer e também de reuniões e eventos, é possível que os números descendentes de contaminação e mortes no Brasil possam a voltar a crescer.

As consequências dos abusos verificados no feriado de 7 de setembro deverão aparecer a partir do próximo dia 21, quando os efeitos de prováveis contaminações podem se transformar em mais casos confirmados e causar a edição de novas medidas de controle de circulação e aglomeração de pessoas.

Outro aspecto, que só agora é possível verificar, foi a pressa em se decretar medidas restritivas para todas as regiões do país de uma só vez, o que fez com que as cidades mais distantes dos grandes centros tenham permanecido por longo tempo em quarentena sem que o vírus tivesse iniciado sua circulação.

Agora, quando os primeiros casos aparecem ou aumentam, como no Centro Oeste Paulista, o noticiário informa as medidas de relaxamento nas capitais como São Paulo, o que pode induzir as autoridades e as pessoas a novos erros de avaliação.

Na dúvida, é melhor evitar o lazer para não colher o vírus contagioso e perigoso.

Compartilhe
Facebook
WhatsApp
X
Email

destaques da edição impressa

colunistas

Cláudio Pissolito

Don`t copy text!

Entrar

Cadastrar

Redefinir senha

Digite o seu nome de usuário ou endereço de e-mail, você receberá um link para criar uma nova senha por e-mail.