Casal homoafetivo que fez inseminação caseira festeja nascimento da filha em Echaporã

Pouco mais de 37 semanas após a realização de uma inseminação caseira feita no fim de janeiro de deste ano, o casal homoafetivo de Echaporã (SP) formado pela regente da banda municipal Nívea dos Santos, de 40 anos, e pela servidora pública Vitória Balmant, de 25, festejou a chegada de Aurora.

O nascimento da menina, que, segundo o casal, chega para completar a família, aconteceu na terça-feira (13/10), em um hospital particular de Marília (SP), através de uma cesariana. Aurora nasceu com 2,7 quilos e 47 centímetros. Mãe e filha passam bem.

“O plano inicial era ser parto normal, mas, quando chegamos ao hospital, a obstetra disse que a Vitória sentia muita dor, mas não dilatava. Eu assisti ao parto, mas antes derrubei uns quatro copos de água de tão nervosa que eu estava. Quando a Aurora nasceu, chorando, eu falei: ‘oi, filha!’. E ela parou de chorar, acho que reconheceu minha voz. Linda, Linda”, relata a regente.

Segundo Nívea, assim que a família voltou para Echaporã após a alta hospitalar, o irmão dela, que foi o doador do sêmen no processo de inseminação, saiu do Paraná, onde cursa engenharia elétrica, para conhecer a sobrinha.

“A família está transbordando de felicidade. Meu irmão já veio visitar a sobrinha, as avós estão babando com a Aurora, e meus alunos encheram minhas redes sociais para me felicitar depois que apresentei nossa filha”, diz Nívea sobre a repercussão do fato na cidade de pouco mais de 6 mil habitantes.

A regente explica que, por enquanto, Aurora foi registrada apenas no nome da mãe, mas já com seu sobrenome, pois Vitória o adotou quando elas se casaram, há seis anos. Antes mesmo do nascimento da menina, Nívea entrou na Justiça com pedido de filiação para poder registrá-la como filha do casal.

DECISÃO PELA INSEMINAÇÃO CASEIRA

Casadas há seis anos, Nívea e Vitória alimentavam o sonho de completar a família com um filho. Ao G1, elas afirmaram que chegaram a pesquisar sobre inseminação artificial, mas se depararam com custos de até R$ 15 mil.

Foi quando souberam da inseminação caseira e decidiram aderir ao método, que envolve a coleta do sêmen de um doador e sua inseminação imediata com seringa ou outros instrumentos. O procedimento ainda não é regulamentado pelo Ministério da Saúde e nem aconselhado pela Anvisa (veja notas abaixo).

O irmão caçula de Nívea aceitou ser o doador do sêmen, que foi introduzido no corpo da cunhada. Eles iniciaram um processo de repetidos exames e check-ups médicos e, depois de duas tentativas com controle de menstruação e testes de ovulação, Vitória engravidou.

O estudante de engenharia elétrica Artur Henrique dos Santos Pontes, de 20 anos, garante que não hesitou em participar do sonho da irmã e da cunhada assim que recebeu a proposta. Ele disse que não teme no futuro “sentir-se pai” da menina.

“Elas queriam muito e eu pensei: por que não? Vai ser sangue do sangue. Falei com minha mãe, ela super apoiou também. E daí já fui com o pensamento de que vou ser o tio da criança. É muito legal participar de um projeto tão corajoso como esse, elas merecem”, disse o estudante.

Fonte: G1

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