O médico de Assis (SP) que tomou, por conta própria, uma dose da CoronaVac e uma dose da Oxford/AstraZeneca em menos de uma semana fechou um acordo com o Ministério Público e vai pagar uma multa civil no valor de R$ 15 mil.
Oliveiro Pereira da Silva Alexandre foi investigado por inquérito civil instaurado pelo MP para apurar se o médico teria violado princípios da administração pública, especialmente o da moralidade, o que pode configurar prática de ato de improbidade administrativa.
Com o acordo, o médico reconheceu que praticou uma ilegalidade e vai pagar a multa para não ser processado por improbidade administrativa. O dinheiro será destinado para a Santa Casa de Misericórdia de Assis, para uso no combate ao coronavírus.
ENTENDA A POLÊMICA
A história do médico que tomou duas doses de vacinas diferentes contra a Covid-19 ganhou repercussão em fevereiro deste ano. Oliveiro Pereira da Silva Alexandre anunciou nas redes sociais que tomou uma dose da CoronaVac e outra da Oxford/AstraZeneca em menos de uma semana.
O procedimento contraria os protocolos de vacinação estabelecidos pelo Ministério da Saúde, fato que o próprio médico admite em sua fala no vídeo, que foi removido um dia depois depois.
“Veja bem, lembra que eu falei para vocês que eu tomei a CoronaVac e, por minha conta, eu tomei a da AstraZeneca. Isso não pode, tá bom? Isso não pode”, disse o Dr. Oliveira no vídeo.
Depois da repercussão do caso, o Ministério Público instaurou um inquérito civil e a Polícia Civil também abriu um procedimento de investigação para apurar se Oliveiro cometeu crime contra a saúde pública, que prevê pena de detenção de um mês a um ano, além de multa.
O caso também é investigado pela Prefeitura de Assis e pela cooperativa médica à qual ele pertence através de possíveis processos na Justiça.
Em um novo vídeo postado nas redes sociais, o médico disse que tomou a segunda dose, da AstraZeneca, porque a vacina teria sobrado e seria descartada. O G1 tentou entrar em contato com o médico, mas não obteve retorno.
Em nota, a Unimed Assis informou que a cooperativa foi apenas um ponto de vacinação, por meio de uma parceria com a Secretaria de Saúde do município.
No texto, a cooperativa reforça que não comercializa doses da vacina, tendo apenas disponibilizado algumas unidades para profissionais de saúde, conforme critérios estabelecidos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
A nota diz ainda que “o setor jurídico da cooperativa foi acionado e as medidas cabíveis estão sendo estudadas internamente”.
Fonte: TV Tem












