“grande parte dos enormes recursos do agronegócio não são empregados na própria cidade.”
Matéria produzida pelo JC, especialmente para a edição de hoje, Dia do Trabalho, mostra que, apesar da crise causada pela pandemia, o número de empregos formais continua crescendo em Palmital, ainda que de forma mais lenta que em anos anteriores, com exceção a 2018, quando houve queda no número de carteiras assinadas.
Além disso, deve-se levar em conta os trabalhadores informais, sem registro ou que atuam como autônomos não formalizados, atividade que cresce nesse período crítico para compensar a perda de renda familiar.
Portanto, a crise não está afetando muito a cidade como acontece em outras regiões.
Observando os números, é possível confirmar a tese defendida recorrentemente nesse espaço, que é a importância de estimular, incentivar e prestigiar o comércio local, pois se confirma que o varejo garante o maior número de empregos formais, com 18% das vagas existentes, superando o serviço público e o forte agronegócio, já que cada um deles oferece em média 15% dos empregos.
Citando o mesmo exemplo, vale lembrar que apenas o comércio e a prestação de serviços da Rua Manoel Leão Rego oferecem cerca de 500 empregos diretos, mais que qualquer indústria ou grande empresa da cidade.
Outra tese defendida aqui com recorrência, mas nunca observada, é que se apenas 20% das compras feitas em outros centros fossem direcionadas a Palmital, as atividades comerciais e de serviços da cidade poderiam duplicar o volume de vendas e, consequentemente, aumentar muito o número de empregos, além de mais impostos arrecadados.
Portanto, mais que intermediar vagas de empregos existentes, é preciso criar meios para aumentar as ofertas que só serão oferecidas se houver maior demanda de produtos e serviços. Afinal, grande parte dos enormes recursos do agronegócio não são empregados na própria cidade.
Para mudar esse quadro e tornar Palmital mais comercial, como já acontece em cidades como Cândido Mota, Santa Cruz do Rio Pardo e Paraguaçu Paulista, que crescem em negócios e população, é preciso reunir as lideranças patronais dos Sindicatos do Comércio, dos Ruralistas e também dos empregados do setor, para levar a efeito uma campanha muito bem planejada e executada de conscientização dos consumidores.
Uma das atividades desse trabalho pode ser a abordagem, com material de campanha, de cada veículo que leva consumidores para adquirir produtos e serviços profissionais em outras cidades.