Justiça determina que seguranças acusados de espancar e matar homem em festa de carnaval vão a júri popular em Bariri

Defesa tentou recorrer da sentença que determinou submissão dos três ao Tribunal do Júri e requereu absolvição sumária, mas pedido foi negado. Vítima foi agredida com dezenas de socos e chutes, inclusive na região da cabeça, em fevereiro de 2020.


Os seguranças suspeitos de espancarem e matarem um advogado em Bariri (SP) há dois anos irão a júri popular. A vítima, Luiz Henrique Marques, de 51 anos, morreu após ser agredida durante uma confusão em uma festa de carnaval, no fim de fevereiro de 2020. A decisão foi publicada nesta terça-feira (5).

A defesa dos réus tentou recorrer da sentença que determinou a submissão dos três ao Tribunal do Júri e requereu absolvição sumária, mas o pedido foi negado pela 8ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça.

Segundo a denúncia do MP, a vítima se desentendeu com a ex-companheira durante o evento e acabou sendo retirada da festa pelos três seguranças. Já fora do clube, o advogado foi agredido com dezenas de socos e chutes, inclusive na região da cabeça, o que causou traumatismo cranioencefálico nele.

Ainda de acordo com a denúncia apresentada pelo promotor Nelson Aparecido Febraio Júnior, os três seguranças teriam cometido homicídio triplamente qualificado por praticarem o crime por motivo fútil, com meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Imagens de câmeras de segurança mostraram o homem saindo por um portão. Na sequência, ele é agredido pelas costas. Cambaleando, ele reage, mas é agredido por pelo menos três homens.

Vídeo mostra confusão que pode ter causado morte de advogado durante festa de carnaval

Outros dois observam o espancamento. Depois de levar vários chutes, pontapés e socos, o advogado cai desacordado e fica no chão. Os agressores ainda mexem nas pernas da vítima e observam que o homem está imóvel.

O caso

Na época do crime, a Polícia Civil abriu um inquérito depois que um amigo da vítima, que é médico, registrou um boletim de ocorrência questionando as lesões sofridas por Luís Henrique.

Segundo o registro policial, o médico relatou aos policiais que recebeu uma mensagem da ex-mulher do amigo falando que ele tinha bebido demais e caído no clube de campo. Ele teve ferimentos na cabeça e foi levado para a Santa Casa.

Ainda de acordo com o BO, o médico estava de plantão no dia e foi visitar o colega, quando notou que as lesões não seriam causadas por uma queda, mas por agressão, e decidiu registrar a ocorrência. Após ficar nove dias internado, Luis Henrique morreu na Santa Casa de Jaú.

Luís Henrique Marques morreu após ficar internado na Santa Casa de Jaú (SP) — Foto: Arquivo pessoal
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Um segurança do clube relatou à polícia que o advogado estava bêbado e ameaçando a ex-mulher de morte. Por causa disso, os seguranças do clube o retiraram do local e, enquanto saíam, ele tentou agredir os funcionários. Nesse movimento, ele teria caído e batido a cabeça.

À época, o delegado Durval Izar Neto informou que a equipe de segurança foi contratada para as festas de carnaval por uma licitação e que, se fosse constatada uma agressão, os seguranças poderiam ser punidos.

Fonte: G1

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