Ossada foi encontrada, na sexta-feira (11), em imóvel onde eles moravam, em Ilha Comprida (SP). Polícia já começou as buscas para encontrá-lo.
O pai da adolescente Agata Gonzaga Peixoto Ferreira, de 17 anos, desaparecida há mais de um ano teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Ele é o principal suspeito de ter matado e enterrado a filha no quintal da casa onde moraram, no bairro Balneário Britânia, em Ilha Comprida, no litoral de São Paulo. Na última sexta-feira (11), a Polícia Civil encontrou uma ossada no imóvel e acredita que sejam os restos mortais da jovem – material foi coletado para a análise.
O delegado da DP Sede de Ilha Comprida, Carlos Eiras, confirmou que os policiais já começaram as buscas para encontrá-lo e que o homem é considerado foragido. “Foi decretada a prisão temporária pelo prazo de cinco dias. Esse prazo conta a partir da captura dele. Finalizado esse prazo, será pedida a prisão preventiva”.
Segundo o delegado, tudo indica que o pai tenha matado a filha. “Tínhamos essa suspeita, ele está foragido lá para a região de Itanhaém [também no litoral de São Paulo]. O corpo encontrado na casa onde eles moravam já foi retirado e seguiu para o IML (Instituto Médico Legal)”.
De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), o trabalho dos investigadores apontou que a vítima poderia ter sido enterrada no quintal da casa. Portanto, a polícia mobilizou uma retroescavadeira ao terreno e desenterrou a ossada, que acreditam ser de Agata.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/H/Z/KqejqYQU2XP0XDAwUxBg/agata.jpg)
Um familiar, que preferiu não se identificar, afirmou que a adolescente morava com o pai e a madrasta, mas que sumiu de repente. “Nunca tive convívio com o pai [dela], pois sempre foi uma má pessoa na família”.
Segundo ele, após ouvirem o pai de Ágata dizer que a adolescente tinha fugido com um ‘suposto’ namorado para Sorocaba, no interior paulista, eles resolveram procurar uma delegacia para que o caso fosse investigado. “Ele [pai] fugiu daqui, de onde morava. Ele sempre foi de Itanhaém, mas veio para cá, morou aqui três anos, e aí o delegado achou a ossada na casa que eles moravam”.
Ainda de acordo com o parente, a adolescente não tinha contato com a mãe e foi abandonada com três meses. “A avó cuidava dela, sempre cuidou, mas aí esse monstro, depois da menina crescer, veio fazer inferno na vida da gente”.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/o/u/m5NPEzScGNwKwtB9zfHQ/filha-enterradaquintal-ilha-comprida.jpeg)
Suspeito era ciumento
Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, o pedreiro e vizinho da família, João Antônio Santana de Souza, contou que estranhava o comportamento do pai com a adolescente. “Ele tinha um ciúme muito forte dela. A menina não podia fazer nada, não podia ter um celular, não podia nada”.
“Às vezes eu via ele brigando com ela. Minha filha chegava perguntando por ela e ele falava que estava em casa, com enxaqueca e que não ia sair. Sempre era assim”, disse Souza.
Entenda o caso
Os restos mortais encontrados, na manhã de sexta-feira, estavam envolvidos por uma rede e um lençol. De imediato, o Instituto de Criminalística (IC) foi solicitado para periciar a cena do crime. O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado.
Em 26 de outubro, um tio de Agata esteve na delegacia para informar que a sobrinha estava desaparecida há mais de um ano. De acordo com a ocorrência, ele informou que a adolescente morava com o pai e que o mesmo teria afirmado que foi com ela para Itanhaém, mas que a adolescente teria decidido morar com a mãe.
Ainda de acordo com o BO, familiares entraram em contato com a mãe da adolescente, mas esta informou que a jovem não havia ido morar com ela, que sequer tinha visto a menina.
Diante da situação, o pai da adolescente teria mudado o discurso aos familiares e dito que Agata teria ido para Sorocaba, no interior de São Paulo, com um rapaz. Ele reforçou que, desde a saída de casa, ela não havia dado notícias ou usado as redes sociais.
O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa, mas atualizado para homicídio na Delegacia de Ilha Comprida. A Polícia Civil segue com as investigações.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/p/y/GFOvp7QT2L0pPGhXEVsA/casa-crianca-encontrada-morta.jpeg)
Fonte: G1