Climatologista diz que 2023 inicia período climático de 15 anos com mais chuvas e frio – Confira vídeo

Em gravação ao T&D, o climatologista Luiz Carlos Molion diz que estamos começando novo ciclo climático, com duração de 15 anos, cujo período registrará mais eventos de chuvas e umidade, com frio mais intenso para os países do Hemisfério Norte. A mudança poderá trazer geadas preocupantes para o Brasil. Disse também que nesse ano de 2023 ainda não se registrará a presença do fenômeno El Niño, e sim de um período de neutralidade.

Sobre as nevascas nos Estados Unidos disse que são eventos normais  a se considerar os períodos climáticos e a presença de correntes atmosfericas afetando  o território norte-americano.

Molion morou nos EUA no inicio da década de 70 (inverno de 72/73), na cidade de Madison, capital do Winscosin, norte do Corn Bealt (fronteira do Canadá). Ali vivenciou invernos com temperatura de 35 graus abaixo de zero.

— Sobre as nevascas nos EUA: “Vejo que agora estamos repetindo esse periodo (que foi na década de 60 até a metade da década de 70), que foi um período frio, que culminou com  a geada de julho de 1975 no Brasil, que fez estrago terrivel no café (geada negra); atingindo ao cafezais do norte do PR, centro de SP e Sul de MG.;

— É um período climático repetitivo; é um ciclo de 25/30 anos, (ciclo semelhantes, com o clima se aquecendo, depois resfriando)… Agora estamos começando o período mais frio…;

Sem El Niño:

— Neste ano de 2023 não vamos ter o El Niño; o Pacificio deve passar todo o ano de 2023 dentro da média, em torno da neutralidade, com ½ grau pra baixo. Deve continuar assim..

— insisto: águas frias não são condições determinantes para se tenha um La Niña… Além das águas frias, tem a função da atmosfera, com um sistema de alta pressão atuante.. e isso não está acontecendo; as correntes maritimas estão transportando águas mais frias para o Pacifico (enquanto o Mar da China, Mar do Japão, região do Sul do Alasca recebem águas mais quentes, em torno de ¾ graus acima da média);

— Com o acoplamento da atmosfera, o oceano Pacifico na região do Alasca passa a ter águas mais quentes — que evaporam mais e jogam mais jorros de ventos de Oeste, e essa umidade vai produzir mais neve,– particularmente sobre os Estados Unidos;

— as massas de ar polar estão mais intensas, até porque está havendo mais troca de massa ar polar com massas de ar tropical;

— Isso tudo é perfeitamente natural, pois já se registrou o mesmo fenômeno nas décadas de 60 e metade da década 70, e está se repetindo agora…

— Essa situação deve permanecer pelo menos para os próximos 15 anos, até o ano de 2035.

Mudanças na circulação da atmosfera:

— Houve, enfim, mudança geral na circulação geral da atmosfera; … os jatos polares estão mais enfraquecidos, permitindo o alternância entre estas ondas de ar frio/ondas de calor mais amplificada…

— Como conseqüência, as ondas de ar polar estão chegando até a região equatorial, enquanto as ondas de ar quente chegam até mais ao Norte do que o normal;

— essas ondas, compostas de ar frio e de ar quente, nós chamamos de Ondas de Hosby (?), que durante o período de 1976 a 2005 praticamente tiveram amplitude muito pequena;

— a partir de 2006 essas ondas atmosfericas  passaram a ter amplitudes maiores, chegando, agora, a um ponto onde as amplitudes vão ser grandes;

Mais frio nos paises do hemisfério Norte:

—  e isso fará com que os invernos nos países fora dos trópicos fiquem mais frios e mais longos, encurtando assim a estação de crescimento das plantas,

— condição essa que deve gerar um impacto na produção desses países mais ao Norte, notadamente nos Estados Unidos, no bloco europeu e no bloco asiático, liderado pela China.

Pacífico Leste, litoral do Peru e Equador, chegou a estar 2,2 graus abaixo da média em novembro. Agora está menos frio, em -0,9 grau. La Nina enfraquecendo. (Publicado no Agrotempo, por Almir Trevisan).

Panorama sobre o fenômeno climático do El Niño – Oscilação Sul (ENSO), publicado por Ginaldo de Souza, do grupo Labhoro

O NOAA indica que o La Niña está estabelecido no momento com as temperaturas SST na Zona Nino 3.4 estando em -0,8°C, o que caracteriza um La Niña moderado a forte.

Entretanto uma observação deve ser feita: atualmente temos 50% de chance de La Niña e 50% de chances de ENSO[1] Neutro para o período de janeiro à março/23, com 71% de chance de uma condição neutra para o período de Fevereiro a Abril/23.

Fonte: Tempo e Dinheiro

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