Edmara Alexandre Santos, de 47 anos, morreu após um carro atingir a moto em que ela estava, em Garça (SP). Suposta motorista do carro disse à polícia que pediu para os filhos irem embora após o acidente.
A mulher suspeita de atropelar e matar Edmara Alexandre Santos, em um acidente de trânsito em Garça (SP), alegou à Polícia Civil que, na verdade, o carro que atingiu a moto onde estava a vítima era dirigido pelo filho dela.
No boletim de ocorrência, feito logo após o acidente, consta que a mulher, de 46 anos, era quem conduzia o carro. No entanto, em depoimento prestado nesta quarta-feira (8), ela disse à polícia que teria ocorrido um equívoco no registro do documento.
O acidente aconteceu na noite de 21 de fevereiro na Rodovia Prefeito Francisco de Assis Bosquê (SP-349). Edmara Alexandre, que estava na garupa da moto, não resistiu aos ferimentos e morreu.
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De acordo com a Polícia Civil, a mulher disse que dois filhos viajavam dentro do carro no dia do acidente, um como condutor e outro como passageiro. No entanto, ela disse à polícia que, após a batida, pediu para que os dois fossem embora do local, temendo pela vida deles.
A suspeita contou que um dos filhos dela já havia sido vítima de uma tentativa de homicídio em 2021, ainda conforme a polícia.
O jovem, à época com 24 anos, foi violentamente agredido por quatro homens com vários golpes na cabeça após um desentendimento. Ele ficou dias internado no Hospital das Clínicas (HC) de Marília (SP) e, segundo a família, perdeu 20% da visão do olho esquerdo.
A mulher disse à polícia que, ao lembrar do caso, ficou com medo que algo pudesse acontecer com os filhos e, por isso, pediu para que eles deixassem o local.
A Polícia Civil disse que vai intimar os dois filhos da mulher a prestarem depoimento. Eles devem ser ouvidos na próxima semana. Um dos policiais militares que atendeu a ocorrência, em 21 de fevereiro, também vai prestar esclarecimentos.
Acidente
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No dia 21 de fevereiro, um carro bateu na traseira da moto em que Edmara estava. Ela chegou a ser socorrida após o acidente e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Garça, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O condutor da moto e namorado de Edmara, de 47 anos, sofreu ferimentos graves e também foi levado para a unidade. Hoje, o homem passa por cuidados médicos em casa.
No dia do acidente, ele e a suposta condutora do carro realizaram o teste do bafômetro, que não identificou presença de álcool.
Contradição entre versões
De acordo com o BO, a suposta condutora alegou à polícia que a motocicleta estava com a luz traseira desligada, razão pela qual não a teria visto na pista. No entanto, imagens de sistema de monitoramento contradizem o relato.
Nas imagens, é possível ver que, desde que entra na rodovia, por meio de uma alça de acesso, até o momento da colisão, a motocicleta aparece tanto com o farol, quanto com a lanterna ligados. A Polícia Civil confirmou que a moto que aparece no vídeo é a envolvida no acidente.
O vídeo também mostra a chegada do carro à via. Ele entra na rodovia menos de 20 segundos depois da moto. Cerca de 20 segundos mais tarde, o acidente acontece. Com o impacto da batida, o carro chega a sair da pista.
De acordo com o BO, havia um adesivo no para-brisa do carro que possivelmente dificultava parte da visão da suposta condutora.
“O vídeo mostra perfeitamente que a moto estava no lugar correto, com lanterna acesa e em velocidade baixa. É revoltante ver as imagens. E mais revoltante ainda saber que os culpados seguem a vida normalmente enquanto minha irmã nunca mais vai voltar”, disse ao g1 a irmã da vítima, Eliana Alexandre Santos, de 43 anos.
Família pede justiça
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Eliana, familiares e amigos pedem justiça pela morte de Edmara nas redes sociais.
“Pedir justiça não é pedir muito, é pedir o mínimo! Seria necessário um filme, uma série, até mesmo uma novela pra explicar o quão boa ela foi. Como mãe, nunca deixou faltar nada, não negava um dia de serviço pra ninguém. Amor, isso não podia faltar”, escreveu Eliana em uma postagem no Facebook.
Dois dias após o acidente, ela criou um grupo público na rede social para o apelo em homenagem à vítima. “A vida de um inocente importa”, menciona a maioria dos textos publicados na comunidade virtual, que já possui mais de 180 membros.
Fonte: G1