Moradores voltam a registrar despejo de líquido escuro no Pary-Veado – Confira vídeo

Fato recorrente de descarte de resíduo turvo no emissário utilizado pela empresa causa preocupação em moradores da região

Novo vídeo divulgado na manhã de terça-feira (11/04), nas redes sociais, mostra mais um caso de despejo de líquido escuro no rio Pary-Veado, em Palmital, a partir do emissário utilizado pela empresa Tereos, com autorização dos órgãos ambientais. O material é formado por água com resíduos industriais descartados nos processos de transformação de mandioca e milho em amidos e outros derivados.

O vídeo gravado na tarde de segunda-feira, 10 de abril, por volta da 16h30, mostra o líquido turvo sendo despejado em grande quantidade no curso d’água, cujo morador de Palmital, que gravou as imagens, comentou com preocupação sobre a espuma que se formou no leito rio.

Os casos de denúncias de despejo de líquido de cor escura e com formação de espuma são recorrentes e já foram causa de notificação da empresa com advertência e solicitação de informações sobre as ocorrências, sempre classificadas pela Tereos como inofensivas às águas e à fauna aquática.

CETESB – Em fevereiro deste ano, a agência da Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – de Assis, recebeu denúncia e constatou padrão visual fora da conformidade no descarte do efluente industrial. Diante da confirmação da irregularidade, a agência adotou a medida imediata de autuar a empresa por meio de advertência com solicitação de informações sobre o caso. À época, a Tereos alegou que o descarte teria sido motivado por serviço de manutenção em equipamentos industriais.

Ao JC, a empresa afirmou que mantém controle rígido sobre seu sistema de tratamento de efluentes provenientes do processamento de matéria-prima e que cumpre os protocolos normativos regulatórios ambientais para que os efluentes só sejam devolvidos ao meio ambiente depois de tratados.

Sobre o caso desta semana, o gerente da Cetesb de Assis, engenheiro químico João Adriano Alves, informou que no último dia 5 a agência fez coleta de efluentes e também de água do rio Pary, tanto acima quanto abaixo do ponto de lançamento do emissário da Tereos, cujo material foi enviado para análise com resultados previstos para 30 dias. “Em caso de desconformidades, a Cetesb aplicará as autuações que forem cabíveis”, afirmou o gerente.

Segundo ele, nova coleta deve ser realizada nesta semana por laboratório terceirizado, de modo a complementar a rotina de automonitoramento, como exigência do licenciamento ambiental da empresa.

A pedido do JC, a Tereos enviou nota que é reproduzida abaixo:

“A Tereos Amido e Adoçantes Brasil mantém rígido controle em seu sistema de tratamento de efluentes. Periodicamente são realizadas análises de qualidade, inclusive submetidas à CETESB (Companhia Ambiental do Estadão de São Paulo), que está ciente de todos os procedimentos.

No momento, todas as condições se encontram dentro do adequado. Salientamos que todo o processo de devolução de efluentes ao ambiente segue protocolos normativos regulatórios e ambientais. Os efluentes são devolvidos ao meio ambiente somente após passarem por nosso sistema de tratamento, respeitando os limites das licenças e outorgas concedidas pelos órgãos ambientais competentes.”

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Cláudio Pissolito

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