Originária do Egito, na África, no século 16, os primeiros surtos de dengue teriam acontecido em Java, principal ilha da Indonésia, em 1779, e na Filadélfia, nos EUA, em 1780. No final do século 19, a dengue já era reconhecida como doença de litoral, portos e cidades, que adentrava o interior pelo caminho dos rios.
Alguns estudos citam a chegada da doença no Brasil no mesmo século 18, provavelmente pelos navios negreiros, já que os ovos do mosquito resistem até um ano sem contato com a água, mas as primeiras confirmações clínicas e laboratoriais se deram em 1981, em Boa Vista, no então território federal de Roraima.
As primeiras epidemias de dengue teriam acontecido em 1986, no Rio de Janeiro e em capitais do Nordeste, iniciando o ciclo continuado de contágio e transmissão do vírus pelo mosquito transmissor, cuja sobrevivência pela reprodução, a eclosão dos ovos, dependem de água parada.
Portanto, mesmo depois de a doença estar superada em muitos países, o Brasil está entre os mais afetados em escala mundial, tanto pela falta de combate em regiões mais distantes como pela ausência de cuidado e zelo da população nos grandes centros urbanos e também nas pequenas cidades.
“…a maior parte dos criadouros estão no interior das residências mal cuidadas…”
Em 1955, o Brasil chegou a erradicar o Aedes aegypti para combater a febre amarela, transmitida pelo mesmo mosquito, mas o relaxamento das medidas sanitárias causou o retorno do transmissor, hoje encontrado em todos os Estados, contaminando milhares de pessoas todos os anos e causando muitas mortes.
Mesmo com o combate feito pelos governos e prefeituras, a proliferação do mosquito não é interrompida, uma vez que a maior parte dos criadouros estão no interior das residências mal cuidadas e inacessíveis à fiscalização oficial.
Com protocolos seguros e bem definidos, equipes especializadas e farto material apropriado para o trabalho de fiscalização e erradicação de criadouros, o serviço público se defronta com a má vontade de moradores em aceitar a verificação de suas propriedades e também com o descaso para com a higiene das residências, dos quintais e terrenos, além das favelas e dos cortiços cujos moradores têm dificuldade até mesmo para a higiene pessoal.
Ao desleixo para com a própria casa, somam-se a falta de educação e de civilidade de parte da população que usa os espaços públicos para descarte de lixo e entulho, o que faz da dengue uma doença mais social do que viral.
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