Lixo da vergonha

O espaço Foto do Leitor, disponibilizado no site JC Online, assim como a Foto da Semana, publicada há quase 30 anos no Jornal da Comarca, mostram com recorrência o mau uso dos espaços públicos, quase sempre para descarte de lixo ou entulho, indicando que o sentido de cidadania não está sendo exercido por significativa parte da população. Quase sempre é possível constatar que onde acontecem reuniões para eventos sociais, religiosos ou artísticos, fica como marca o acúmulo de lixo que denuncia de forma irrefutável o descaso para com a limpeza pública.

A antiga e quase esquecida frase: “Cidade limpa não é a que mais se limpa e sim a que menos se suja” é reveladora da dificuldade continuada em manter a boa higiene e a limpeza como sinal de boa educação e de empatia, pois na mesma medida em que se aumentam os serviços de limpeza, cresce o recolhimento de lixo e sujeira. O descaso pode ser verificado nos terrenos vagos usados para descarte de lixo doméstico, nas saídas da cidade que recebem entulho e até móveis velhos, nas margens de rodovias salpicadas de latas de bebidas e de embalagens, assim como nas ruas e praças, onde se jogam papéis e pontas de cigarro.

“Cidade limpa não é a que mais se limpa e sim a que menos se suja”  

Outra grave constatação é que a falta de respeito aos espaços públicos e privados não tem relação com a condição econômica, social ou educacional dos indivíduos, pois os exemplos são explícitos em todas as regiões da cidade e nos mais variados ambientes, independente da frequência. Dois Ecopontos instalados pela Prefeitura, na entrada para os condomínios de ranchos de lazer e na saída para o Anel Viário, pela rua Dr. Geraldo Coelho, sofrem igualmente com o mau uso feito pela população beneficiada com a iniciativa positiva, revelando também o desprezo para com as boas práticas implantadas na cidade.

Considerando todos os aspectos que influenciam a questão da limpeza, diretamente ligada à cultura e à educação do povo, chega-se à conclusão que a melhoria da condição econômica das pessoas, assim como a elevação do nível de escolaridade, que se observam claramente nos últimos anos, não significam mais civilidade. No século 21, no mundo globalizado e tecnológico, com veículos elétricos e voadores à disposição e os muitos recursos materiais oferecidos, ainda vivemos o tempo da barbárie civilizatória nos quesitos cultural, educacional e de respeito ao espaço público e particular quanto ao princípio básico da limpeza.

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Cláudio Pissolito

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