“…a discriminação e o preconceito representam uma espécie de vírus que contamina as seguidas gerações de brasileiros…”
Segundo o portal Brasil Escola, “A consciência negra é um misto de conscientização da importância do preto na sociedade, do reconhecimento do valor, da cultura e da luta de pessoas pretas que não se calaram e levantaram a cabeça contra o racismo”.
Utilizado desde os anos de 1970, o termo surgiu entre os movimentos sociais que atuam pela igualdade racial, como referência e homenagem à cultura ancestral dos povos de origem africana escravizados desde o Brasil Colônia até o final da Monarquia, cujas sequelas perduram com o racismo estrutural ainda mantido.
Não obstante à evolução da sociedade na relação entre brancos e pretos, incluindo os pardos, a discriminação e o preconceito representam uma espécie de vírus que contamina as seguidas gerações de brasileiros que, historicamente, tem como princípio de diferenciação a condição social e econômica dos indivíduos.
E, considerando que, além da aparência visível da cor da pele, grande parte dos pretos vivem em condição material inferior aos brancos, cria-se a discriminação dupla, de raça e de situação socioeconômica como formas nefastas de dividir a sociedade.
Os argumentos muito usados pelos preconceituosos de que os próprios pretos se discriminam ou se sentem discriminados é uma forma de defesa inaceitável, de transferir a responsabilidade da ofensa racial para a vítima que se ressente do tratamento que recebe e das dificuldades enfrentadas no cotidiano das relações pessoais e profissionais.
Oriundos de famílias muito pobres e de baixa escolaridade, em situação que se reproduz pela falta de oportunidades comum aos desvalidos, os pretos, ou negros, como muitos preferem, são de fato reconhecidos e tratados como cidadãos inferiores.
As piadas depreciativas usadas no cotidiano para identifica-los, a frequente analogia com animais pretos, o receio causado pela presença deles em recintos considerados perigosos, o direcionamento das abordagens policiais e de seguranças de empresas e de eventos e o estranhamento pela presença em ambientes sofisticados são provas cabais do racismo estrutural presente e ativo em nosso meio social.
Em um país onde muitas das grandes fortunas em poder da esmagadora maioria branca e bem letrada são conquistadas por meios ilícitos e que governos e parlamentos dominados por brancos têm histórico de desmandos e de corrupção, a cor da pele não representa passaporte para bem ou para o mal.
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