A falsa coragem das armas

“…a posse de uma arma faz crescer muito a possibilidade da pessoa se envolver em situações violentas…”

A conhecida e difundida lenda que o portador de arma se torna mais corajoso é uma falácia, pois a verdadeira coragem é virtude comum àqueles com capacidade de enfrentar desafios e perigos e que, mesmo em situações de risco, mantém a condição necessária de agir com equilíbrio e senso de responsabilidade.

Estudos mostram que a posse de uma arma faz crescer muito a possibilidade da pessoa se envolver em situações violentas que não representam demonstração de mais coragem, pois o porte e o uso em determinadas situações acontecem mais pelo medo do que necessariamente pelo destemor.

O porte de arma, que deve ser usado em atividades profissionais regulamentadas e como ferramenta de defesa em situações específicas, acontece pela liberalidade das leis e muito mais pelo receio da pessoa com sentimento de inferioridade, de sofrer ataques sem que possa revidar ou se antecipar.

Não por acaso, nas muitas situações de violência extrema com o uso de armas de fogo ou brancas, que são os instrumentos cortantes, perfurantes ou contundentes usados para causar danos físicos, estão envolvidas pessoas que se sentem inferiorizadas ou intimidadas e que agem mais pelo receio do que pela defesa.

A recente facilitação e até mesmo o incentivo ao armamento da população causou resultado inverso ao que se serviu de justificativa, que seria para aumentar a segurança dos cidadãos, o que não se comprova na prática.

O porte de arma sem o necessário equilíbrio emocional, o treinamento adequado e a capacidade de discernir os riscos reais de cada situação, transforma o portador em potencial criminoso ao usa-la em qualquer momento para atentar contra a integridade de terceiros e também contra a própria vida ao responder criminalmente pela atitude criminosa que impulsivamente tenha adotada.

O porte de armas em festas, eventos ou em passeios, como se verificou no último final de semana em Palmital, é fator de risco elevado ao potencializar a violência causada por desavenças pessoais, desequilíbrios emocionais ou até mesmo pelo uso de álcool ou drogas.

A pessoa armada se torna muito mais perigosa para terceiros e também para si mesma e à própria família ao se envolver em situações de violência que podem causar perdas, muitas dores, conflitos continuados e leva-la a responder pelos atos impensados com o cumprimento de penas de reclusão ou limitantes de direitos e liberdades.

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Cláudio Pissolito

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