A partida do amor é como um barco
Segue aos poucos, em lágrimas de tristeza
Na despedida vem a dor como grande fardo
Como nau soprada em ventos sem sutileza
A lei do início, meio e fim se faz presente
Quando as amarras se soltam para novo começo
Enquanto vida e barco já longe se fazem ausentes
Lá distante nova aurora surge em recomeço
Essa partida, a farsa disfarçada de separação
Engana sentidos e sentimentos mais doloridos
Sem saber é que tudo parte desde a concepção
Rumo a novo porto desconhecido de nossa razão
O fim é quimérico e a despedida em vão
Para o amor não há distância ou separação
Que os vínculos de vida, de sangue e afeição
Fazem que o destino cumpra sua sina de obrigação
O desenlace é irreal, a mais mera ilusão
O vínculo é eterno, mantém a conexão
O que finda no corpo, faz morada no coração
Se o amor é eterno, a morte é utopia, apenas ficção