A guerra da vacina

“…os que desdenham as medidas sanitárias prestam enorme desserviço público e oferecem os piores exemplos…”  

O famoso episódio denominado Revolta da Vacina aconteceu no Rio de Janeiro, durante e epidemia da Varíola, entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904, quando a cidade ainda era a capital do Brasil. Contrariado, o povo protestou contra a lei da vacinação obrigatória e também contra a implantação de serviços públicos de saneamento, mostrando o atraso social do país. Passados mais de 100 anos, chegamos a índices exemplares de cobertura vacinal graças à participação da população que, nos últimos tempos, começa a apresentar resistência às vacinas, indicando o recrudescimento da ignorância.

Em plena pandemia do Novo Coronavírus, cuja doença grave e mortal interfere em praticamente todas as atividades humanas, principalmente a grande maioria das pessoas de baixa renda, além da maior rejeição às vacinas por boa parte da população, também lideranças governamentais desprezam a ciência e as descobertas que ajudaram a aumentar a expectativa de vida no planeta. Seja por ignorância, por questões políticas ou simplesmente para manter as polêmicas que trazem popularidade, os que desdenham as medidas sanitárias prestam enorme desserviço público e oferecem os piores exemplos a seus seguidores.

Outro aspecto a se considerar é o uso intenso das redes sociais da internet para disseminar dúvidas e descrédito no trabalho científico e nas medidas de proteção individual e coletiva. Muitos dos agentes voluntários que fazem essa pregação irresponsável e absurda são os mesmos que estão em isolamento no conforto dos seus lares e se comunicando de forma equivocada com o mundo exterior apenas pelas telas de computadores e celulares. Outros, que podem ser taxados como seres mesquinhos e desprovidos de qualquer valor humano, como a empatia, simplesmente escondem a doença assintomática e não cumprem o isolamento obrigatório.

Com a soma de pessoas descrentes da importância da vacina, de autoridades que insistem em negar o óbvio e seus seguidores que nelas acreditam cegamente, dos egoístas e egocentristas que não se importam com o alheio e dos muitos com poucas condições de se proteger por falta de recursos e pela necessidade do sustento próprio e da família, temos o cenário perfeito para uma catástrofe. Se os Estados Unidos, com muitos recursos e vacinas, já tem a média de vida de seus cidadãos reduzida em 2020, infelizmente já devemos nos preparar para dias piores.

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