A mais divina missão

*José Renato Nalini

            Se Deus é amor, o maior testemunho que Ele deixou à humanidade foi a mãe. Existe amor mais incondicional, infinito e solidário do que o amor materno? Por isso é que teólogos mais humanos e sensíveis ousam falar na “ternura maternal de Deus Pai”. A melhor imagem de um Criador, para quem não encontra resposta satisfatória no Big-Bang, é a de uma grande mãe, provido de entranhável misericórdia em seu imenso coração de mãe.

            Com as mães aprendemos, desde tenra idade, o que é desvelo, o que é carinho, o que é devotamento. Isso perdura durante toda a vida delas. Sei que até após a terrível provação da perda de um filho, a mutilação que sofrem, elas continuam amando a cria perdida. “Filho é uma luz que se acende no coração materno e que só se apaga quando este coração também deixar de bater. Ainda que a perversa inversão da morte do filho ocorra, sua luz continuará a brilhar no coração de sua mãe”.

            Esse o singelo diagnóstico da mãe, a figura que exterioriza da melhor forma o que deve ser o amor divino. E se as mulheres, no curso da História, percebem que maternidade e misteres domésticos não se mostram suficientes à sua autorrealização, sentimento tal não é unânime. Existem aquelas que colocam a predestinação materna como a mais importante e significativa de suas responsabilidades.

            Por isso é que o “feminismo da diferença” exalta os valores essencialmente distintos, a essência da mulher, que é muito distinta da essência masculina. Enquanto isso, o “feminismo da igualdade” repele qualquer forma de tratamento discriminatório e desigual entre homem e mulher. O esquema ideológico, simbólico e cultural que pretendeu colocar a mulher sob o signo da subalternidade ao varão, tem de ser desmantelado. Na verdade, é suficiente um pouco de racionalidade para reconhecer que a mulher não é igual ao homem: é diferente e superior a ele. Exatamente porque ela é o mais eloquente atestado certificador de que a obra da criação continua, a gerar convicção de que o projeto humano ainda conta com o beneplácito do Pai.

            Feliz dia das mães a todas as mães!

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.

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