“…o combate ao consumo, comércio e tráfico de drogas não traz resultados…”
A instalação de modernos sistemas de monitoramento por câmeras de segurança é medida cada vez mais comum nas cidades brasileiras que buscam, mesmo onerando os cofres municipais para uma atividade de responsabilidade do Estado, ajudar a reduzir a criminalidade, principalmente os furtos.
Entretanto, grande parte dos ladrões parece ignorar ou não se importar com as filmagens cada vez mais eficientes e que, em muitos casos, pode até fazer o reconhecimento facial e servir de prova para instruir inquéritos policiais e processos judiciais.
Não obstante ao aumento dos sistemas de segurança, que incluem casas fechadas com muros altos, cercas elétricas, seguranças armados e até cães de guarda, os furtos e roubos continuam acontecendo sem perspectiva de redução, já que boa parte do resultado serve para a manutenção do vício em drogas, sempre crescente.
Enquanto boa parte da atividade policial se volta para a apreensão dos produtos ilícitos, para coibir a comercialização e inibir o tráfico pelas rodovias, portos e aeroportos, sem obter êxito significativo, o subproduto da atividade, que é a formação de carteis e de organizações criminosas, continua crescendo de forma exponencial.
Diante da dicotomia que se verifica, entre o aumento constante dos efetivos policiais, do armamento cada vez mais pesado, das muitas viaturas potentes e modernas, em contraponto ao crescimento da criminalidade, é preciso reavaliar as políticas de segurança pública e buscar formas mais eficientes de combater a criminalidade.
E, considerando que o combate ao consumo, comércio e tráfico de drogas não traz resultados, pois o sistema atende à lógica da oferta e da procura, o mais sensato é proteger a população refém daqueles que furtam, roubam e praticam até latrocínio para auferir os recursos que alimentam o vício.
Direcionar o trabalho da polícia, civil e militar, para proteção das pessoas que trabalham e cumprem as leis e as normas sociais é muito mais importante do que apreender drogas, prender traficantes e enquadrar consumidores, já que o vício não se combate com armas e muito menos com prisão.
Para melhorar o ambiente social, urbano e rural, é preciso que os crimes de furto, roubo, sequestro e latrocínio sejam punidos com mais rigor, que o trabalho policial seja direcionado mais à proteção da pessoa e do patrimônio, para que os consumidores de drogas sejam de fato intimidados e desencorajados.
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