Acusado de matar e enterrar corpos de mulher e enteada no quintal é julgado no interior de SP

Júri foi adiado em abril e será realizado nesta terça-feira (14). Justiça de Pompeia (SP) acatou denúncia do MP e psicólogo se tornou réu por duplo homicídio qualificado, além de feminicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menor.


O psicólogo Fabrício Buim Arena Belinato, de 36 anos, acusado de matar e enterrar corpos da esposa Cristiane Pedroso Arena, de 34 anos, e da enteada Karoline Vitória, de apenas 9 anos, no dia 2 de fevereiro do ano passado, vai passar por julgamento nesta terça-feira (14), no Fórum de Pompeia (SP). O júri está previsto para começar às 9h.

Por conta da pandemia, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que apenas participam do julgamento os jurados, seis testemunhas, os servidores do judiciário e as partes envolvidas da acusação e da defesa. Na plateia, apenas estarão os jurados, a fim de manter o distanciamento social.

A sessão do Tribunal do Júri foi remarcada para esta terça-feira após o TJ-SP informar sobre o adiamento em abril deste ano. Anteriormente, a sessão estava marcada para o dia 28 de abril. O processo segue em segredo de Justiça e o réu é atendido pela Defensoria Pública.

Acusado de matar e enterrar corpos da companheira e enteada em Pompeia chega para júri — Foto: Arquivo Pessoal
Acusado de matar e enterrar corpos da companheira e enteada em Pompeia chega para júri — Foto: Arquivo Pessoal

Fabrício está preso na penitenciária de Tremembé (SP). A filha de Cristiane e irmã de Karoline, de 17 anos, deve participar do júri. Ela é acusada de envolvimento nos crimes e apontou aos policiais, no dia da descoberta dos corpos, o local em que estava enterrado o corpo da irmã.

A adolescente negou participação no crime, mas a polícia acredita que ela deu cobertura ao padrasto e ajudou a enterrar os corpos. Ele é acusado de duplo feminicídio, dupla ocultação de cadáver e corrupção de menor.

A Justiça de Pompeia definiu que o psicólogo iria a júri popular. A sentença de pronúncia do réu ocorreu no dia 28 de setembro de 2021.

A primeira audiência do caso foi realizada em 29 de julho de 2021, de forma remota, com o acusado participando de forma virtual a partir do presídio de Tremembé, onde está preso.

Na ocasião, a adolescente, filha da vítima e suspeita de participação no crime, também foi ouvida remotamente a partir da Fundação Casa de Cerqueira César (SP), onde está apreendida.

Suspeito de duplo homicídio cometido em Pompeia foi preso em Campo Grande (MS) — Foto: Arquivo pessoal
Suspeito de duplo homicídio cometido em Pompeia foi preso em Campo Grande (MS) — Foto: Arquivo pessoal

A Justiça acatou denúncia do Ministério Público, que indiciou o psicólogo pelos crimes de duplo homicídio, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de duplo feminicídio, dupla ocultação de cadáver e corrupção de menor.

O crime de feminicídio tem pena que varia de 12 a 30 anos de prisão e a ocultação de cadáver, de um a três anos.

Entenda o caso

Cristiane Pedroso dos Santos Arena, de 34 anos, e sua filha Karoline Vitória dos Santos Guimarães, de apenas nove anos, estavam desaparecidas desde novembro de 2020. Os corpos delas foram encontrados enterrados no quintal da casa onde moravam, sob um contrapiso de concreto, no dia 2 de fevereiro de 2021.

No dia em que os corpos foram localizados, a filha adolescente de Cristiane foi apreendida por suspeita de participação no crime. Ela foi encaminhada inicialmente à Fundação Casa de Araçatuba e atualmente segue apreendida em unidade de Cerqueira César.

Já o psicólogo foi capturado em 8 de fevereiro, em Campo Grande, enquanto trabalhava em uma obra. Ele foi transferido para Marília no dia seguinte e disse à imprensa que se arrependeu do crime.

Segundo o delegado, Fabrício chegou a pedir abrigo a uma igreja em uma cidade do Mato Grosso do Sul como se fosse um morador de rua. Ele fez todas as refeições diárias e higiene pessoal na instituição enquanto estava foragido.

Polícia encontrou corpos de mãe e filha enterrados em quintal de casa em Pompeia — Foto: João Trentini/Divulgação
Polícia encontrou corpos de mãe e filha enterrados em quintal de casa em Pompeia — Foto: João Trentini/Divulgaçãohttps://185257938a3a253a965714b9a26d9887.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Em depoimento à polícia, Fabrício detalhou que matou a esposa primeiro em uma briga, em suposta legítima defesa, com um golpe de faca. Em seguida, ele admitiu que matou a menina asfixiada com a mão quase um mês depois porque ela estaria questionando sobre a presença da mãe.

Porém, o laudo do IML que apontou a causa das mortes trouxe informações diferentes que contradizem a versão do acusado. A polícia acredita que as vítimas poderiam estar dormindo quando foram mortas.

A principal linha de investigação da Polícia Civil foi de que a adolescente apreendida mantinha um envolvimento amoroso com o padrasto. Por isso, além do duplo homicídio e ocultação de cadáver, Fabrício é investigado por estupro de vulnerável pois teria abusado sexualmente da enteada mais velha há vários anos.

Fonte: G1

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