O mundo já abrigou algumas dezenas de bilhões de seres humanos, a grande maioria de condição mediana, de poucas virtudes e poucos defeitos, e muito poucos especiais, que se preocupam com seus semelhantes e agem em favor deles, sem altivez ou para satisfação pessoal.
Entre os seres especiais está Marilena Tronco, uma mulher diferente em muitos aspectos, líder por natureza e por necessidade, corajosa, determinada, sábia, equilibrada, alegre e, principalmente, dona de enorme empatia para com os mais necessitados e sem qualquer sintoma de vaidade pessoal ao sempre atuar em favor deles.
Mais velha de 10 irmãos, ainda menina foi o braço direito do pai Lídio Tronco que acabara de se instalar na Água da Aldeia para tocar um alambique de pinga. Trabalhou muito, cortou e carregou cana, aprendeu a operar equipamentos e também a liderar os funcionários e as irmãs e irmãos que seguiam seus passos.
Nas construções feitas na propriedade da família, atuava como ajudante de carpinteiro ou de pedreiro como forma de baratear a obra, adquirindo conhecimentos e oferecendo exemplos de que o trabalho é o caminho para o sucesso e para a realização de sonhos e objetivos.
“…se elegeu com o maior porcentual da história de Palmital e atuou de forma exemplar, sem ostentação e com muita competência…”
Religiosa vocacionada, aliou o trabalho à prática do catolicismo fervoroso e devotado, tornando-se liderança de jovens e adultos pela evangelização que incluía a benemerência, como líder da Pastoral de Criança voltada à saúde e à nutrição de bebês e crianças pesados em pequenas balanças penduradas em árvores.
Dedicada às causas sociais, assumiu um clube feminino e iniciou o projeto de construção da primeira creche particular da história de Palmital, batizada São Sebastião, em atividade que a tornou conhecida pela capacidade de aglutinar as pessoas e realizar objetivos que para outros parecem difíceis.
Em um momento complicado da política municipal, tornou-se opção de um grupo para liderar uma oposição que pretendia restabelecer os princípios na administração pública municipal, cujos resultados desagradavam grande parte da população.
Carismática, comunicadora e transmitindo confiança, se elegeu com o maior porcentual da história de Palmital e atuou de forma exemplar, sem ostentação e com muita competência, economizou recursos, pagou dívidas, realizou obras e organizou a governança, em medidas suficientes para entregar ao sucessor uma cidade restaurada, em pleno desenvolvimento e pronta para receber o terceiro milênio. Partiu na segunda-feira, deixando saudades e exemplos.
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