Águas de março, abril, maio…

As seguidas chuvas fortes concentradas em curto período de tempo estão causando transtornos a inúmeras cidades brasileiras com desabamentos, soterramentos e mortes, incluindo pessoas levadas pelos rios, arrastadas nas enxurradas e até engolidas por bueiros, o que expõe a fragilidade do sistema de contenção e captação de águas pluviais.

Os fenômenos comuns nos grandes centros urbanos, em regiões montanhosas e nas cidades formadas às margens de rios e lagos, estão se repetindo em pequenas comunidades, incluindo aquelas de topografia plana, como é o caso de Palmital.

A cidade nascida sobre uma região de planalto, que possui apenas um declive mais acentuado, em direção à região do Horto Florestal Municipal, justamente onde se concentram os mananciais que sempre abasteceram a população com água potável de boa qualidade, agora sofre as consequências do crescimento sem planejamento.

Com população urbana que aumentou quatro vezes nos últimos 50 anos, devido ao êxodo rural, o que fez aumentar a extensão da cidade com a criação de novos bairros, Palmital tem como solução para as águas pluviais apenas a construção de galerias, cuja finalidade é transportar enxurradas de um lado para outro.

“…Palmital tem como solução para as águas pluviais apenas a construção de galerias…”   

A pavimentação asfáltica e os seguidos recapeamentos, que elevam o nível das ruas, a impermeabilização do solo pela redução dos quintais, e o aumento dos telhados, são causadores do acúmulo de águas nas ruas que já estão ameaçando as residências e os comércios, além de causar danos irreversíveis à região do Horto, que recebe a maior parte.

E, mais uma vez, a solução encaminhada é a construção de novas galerias que, em vez de facilitar a infiltração das águas das chuvas no subsolo, leva todo o volume para os riachos e nascentes que acabam sofrendo com erosões e assoreamento.

Uma medida defendida há vários anos neste espaço de opinião é a transformação da área do estádio Manoel Leão Rego, em estado de abandono, em espaço público para a criação de um sistema de infiltração de águas e oferta de lazer à população.

A área do gramado deve ser fechado por taludes para funcionar como um piscinão capaz de receber grande quantidade de águas e faze-las infiltrar no solo para abastecer as nascentes do Horto, enquanto as laterais podem ser usadas para reflorestamento e transformadas em praças de lazer, pois as chuvas fortes agora continuam muito além de março.

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Cláudio Pissolito

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