“…criação de áreas de infiltração solucionam dois problemas graves que assolam Palmital e a grande maioria das cidades…”
As chuvas registradas sobre os 10 quilômetros quadrados da zona urbana de Palmital, entre as últimas sexta-feira e a madrugada de segunda-feira, somaram mais de 50 milímetros de precipitações que equivalem a 500 milhões de litros de água que, se totalmente aproveitadas, poderiam encher 500 vezes qualquer um dos dois maiores reservatórios de água do SAAE, de 1 milhão de litros cada.
Entretanto, sem o cumprimento do Código de Desenvolvimento Sustentável de Palmital, de maio de 2023, o aproveitamento das águas das chuvas para efeito de infiltração é absolutamente irrisório e quase todo volume se transforma em enxurradas que destroem o asfalto, invadem residências e comércios e causam assoreamento em nascentes e riachos.
É óbvio que o cálculo aqui apresentado representa a utopia do aproveitamento pleno de toda água pluvial, algo que pode ser considerado quase impossível, mas qualquer projeto para criação de áreas de infiltração no solo pode garantir a melhoria dos estoques subterrâneos que abastecem os poços artesianos que garantem o abastecimento da população.
A prova cabal de que a infiltração das águas pluviais é a solução para a crise hídrica atual é o fato comprovado de, logo após as chuvas, haver aumento na captação de água nos mananciais do Horto Florestal e nos poços existentes.
A criação de áreas de infiltração solucionam dois problemas graves que assolam Palmital e a grande maioria das cidades muito impermeabilizadas de asfalto e concreto ao evitar as enxurradas e as enchentes e garantir água potável a custo reduzido, sem a necessidade de grandes investimentos ao aproveitar os sistemas já existentes.
Construir uma rede poços de infiltração e reservatórios de retenção, que recolhem a água da chuva para armazenamento e infiltração no solo, ajuda a reduzir o volume de água que chega às redes de drenagem.
Esses sistemas, relativamente simples e baratos, são projetados para combater os efeitos negativos do aumento das áreas impermeáveis nas cidades, servem para minimizar alagamentos e ainda recarregam o lençol freático que garante água potável às redes de abastecimento públicas.
As medidas onerosas, de continuar retirando água do subsolo sem fazer a reposição por meio de projetos sustentáveis alternativos e eficientes, estão na contramão da modernidade que preconiza o uso sábio dos recursos naturais, para que não mais tenhamos grandes volumes de águas simplesmente desperdiçadas.
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