Alcindo Garcia – “Imprensa do interior: forja de heróis”

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Alcindo Garcia

Quem já teve a oportunidade de militar na imprensa do Interior sabe dizer das dificuldades e da luta dos jornalistas para manter diária ou semanalmente as edições do jornal representativo de uma comunidade.

Regra geral, a imprensa interiorana vive do comércio local, cuja limitação de verba é bastante reduzida. É de se considerar que persiste ainda em algumas cidades o conceito errôneo de calcular vendas com base no fator safra, estiagem, tempo, etc. Esses critérios, nessa época de comunicações, estão totalmente superados, pois uma publicidade bem dosada pode alterar o gráfico de vendas. O anúncio, portanto, é uma necessidade, mormente no jornal local. As verbas oficias do Município, do Estado e da União servem de sustentação aos jornais do Interior. Felizmente, já está se esboçando em círculos governamentais o propósito de utilizar dos meios de comunicação regionais para inserir editais e comunicados outros de interesse público. Esse louvável propósito repercutirá de forma positiva no desenvolvimento da própria imprensa interiorana.

Por outro lado, é de se reconhecer o trabalho meritório do jornalista do Interior, sempre às voltas com inúmeras dificuldades e até mesmo incompreensões de toda ordem. Ele vive com sua cidade, rejubila-se com ela nos momentos festivos, mas sabe chorar com ela também nas suas fases tristes. É o herói sem reconhecimento que muitas vezes perde um anuncio porque o editorial feriu um capitão de indústria. Outras vezes ganha um inimigo gratuito na Câmara Municipal só porque não publicou integralmente o discurso de um vereador, que desconhece que um jornal do Interior não tem muito espaço, não é um “Diário Oficial da Assembleia”, que pode publicar um discurso de 8 laudas!

Enfim, esse é o jornalista do Interior, o grande promotor de beneméritas campanhas, o incentivador do progresso de uma terra. É o homem humilde que nas grandes inaugurações quase não aparece. Está sempre nos bastidores, lápis na mão, não para promoção pessoal, mas para registrar os fatos que serão notícias e démarches ficarão na história de uma cidade.

(Publicado pelo jornalista palmitalense Alcindo Garcia no Jornal de Avaré, em 1972. Pela clareza e atualidade do texto de exatos 50 anos, republicamos hoje em homenagem ao Dia do Jornalista, comemorado no último dia 7)





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