POR PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS
Não tem medida os avanços e as recentes conquistas biotecnológicas, médicas, tecno-científicas, genéticas, espaciais, de informática… feitas pela humanidade.
Não tem medida, também, por outro lado, a concentração da renda e do poder, a miséria, a fome, a pobreza, a discriminação, o preconceito, a segregação… Será que o desenvolvimento sócio-econômico só serve para ampliar as desigualdades?
O Brasil é o país da diversidade, da pluralidade, da multiplicidade e da miscigenação. Não obstante, ostenta a contradição; convive passivamente com os extremos gritantes e carece de iniciativas conseqüentes para mudanças estruturais significativas.
Em nossa pátria amada e idolatrada, nem todos os filhos são tratados com amor, dignidade e respeito; o berço esplêndido é privilégio; a igualdade é utopia; a paz no futuro é minguada e a glória do passado foi sepultada com seus verdadeiros heróis.
Não podemos continuar vivendo com a consciência morta. É preciso acordar! Em nosso país muitos dormem o sono alheio.
Estamos no mês de novembro e, precisamente, na semana nacional da consciência negra. Acontece que, todo dia 20 de novembro é o dia de Zumbi dos Palmares, uma das figuras históricas mais importantes da resistência negra contra a escravidão e o racismo.
A consciência negra não é um reduto, nem um gueto racial, mas uma convocação geral para recriarmos relações verdadeiramente humanas. A consciência negra é o caminho para restaurar os valores, a força, a identidade, a beleza, a dignidade, os direitos… do povo brasileiro e revitalizar as raízes culturais que lhes são mais profundas e próprias.
Somente através da luta conquista-se espaço e direito. A maior parte das conquistas foram fruto do heroísmo e da resistência desde os quilombos, desde “os Zumbis”. Outras tantas conquistas só chegaram por força de lei e, permanentemente combatidas. A lei das cotas e da obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira são exemplos vivos disso.
Os negros trazidos para América, ficaram submetidos ao sistema de produção econômico, primeiro como escravos no trabalho e depois como escravos do passado. Dentro deste é que nasceram e se reproduziram as condições de marginalização e empobrecimento.
A desigualdade de condições políticas, econômicas, sociais e culturais reproduz racismo, discriminação racial, xenofobia e formas intolerantes de relacionamentos, que constituem a negação dos propósitos e princípios fundamentais dos direitos humanos.
É fundamental a criação de meios para uma sociedade mais livre e justa.
Queremos um mundo de irmãos!