Assis e Ourinhos estão entre as cidades com mais homicídios no país

Na região, Bauru também aparece entre as 319 cidades mais violentas com população acima de 100 mil habitantes; entre as menores foi incluída Lutécia

A região do centro-oeste paulista tem três cidades na lista dos 319 municípios mais violentos do país com população acima de 100 mil habitantes, de acordo com o Atlas da Violência 2024, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Assis, Bauru e Ourinhos ocupam as 252ª, 271ª e 284ª posições, respectivamente.

O dado é calculado com base no número de assassinatos em 2022 e inclui os “homicídios ocultos” — mortes violentas de causa indeterminada registradas em bases de dados do Ministério da Saúde.

Além de Assis, Bauru e Ourinhos, outras três cidades da região aparecem no ranking, divulgado nesta terça-feira (18): Marília, na 301ª posição, Jaú, na 310ª, e Botucatu, em 317º.

De acordo com o estudo, Assis tem 101.409 habitantes. A cidade registrou 11 homicídios, em 2022, um índice de 10,8 mortes violentas por 100 mil habitantes.

Já Bauru, maior cidade da região, com 379.146 habitantes, teve 29 assassinatos registrados e 7 ocultos, com 36 homicídios estimados. O índice de mortes violentas é de 9,5 a cada 100 mil moradores.

Por fim, a cidade de Ourinhos registrou 7 homicídios e 1 oculto, totalizando 8 homicídios estimados. A população da cidade é de 103.970, portanto, registrou um índice de 7,7 de mortes violentas por 100 mil habitantes.

Na comparação somente com municípios da região sudeste, Assis ficou entre as 100 cidades mais violentas, ocupando a 96ª colocação. Bauru e Ourinhos ocupam, respectivamente, 111º e 122º colocações.

Ranking da Violência: cidades do centro-oeste paulista com maiores taxas de homicídio.

Apesar dos números, o estado de São Paulo apresentou a menor taxa de homicídios estimados na região sudeste, de 9,4 mortes por 100 mil habitantes em 2022. De acordo com o estudo, dos 645 municípios do estado de São Paulo, 237 não tiveram nenhum homicídio estimado, e 152 apresentaram taxas inferiores a 10,0.

Por outro lado, o estado paulista responde por 40% das subnotificações, segundo o estudo. Para Samira Bueno, do FBSP, isso acontece, principalmente, em razão da precarização dos dados de atestado de óbito, que não estariam sendo devidamente identificados por médicos.

No centro-oeste paulista, a pequena cidade de Lutécia (SP), de população estimada em 2.666 pessoas, registrou um alto índice de homicídio, de 75,2.

De acordo com o estudo, o município somou oito homicídios no ano de 2022, o suficiente para elevar a taxa de homicídio já que a população da cidade não passa de cinco mil habitantes.

Entre as cidades médias e grandes (mais de 100 mil habitantes), a maior taxa de 2022 foi encontrada em Itapecerica da Serra (26,5), na Região Metropolitana de São Paulo.

Violência no país

O estudo coletou dados que indicam as regiões Norte e Nordeste como as mais violentas do país, com taxas de homicídio em indicadores máximos, acima de 46,9 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, no Amapá, Amazonas e Roraima (Norte) e na Bahia (Nordeste).

O Atlas revela que, dos 10 municípios brasileiros com as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes em 2022, sete estão na Bahia.

O ranking é liderado por Santo Antônio de Jesus (94,1 homicídios por 100 mil habitantes), município que ultrapassou Jequié, agora na segunda posição, com taxa de 91,9. A lista segue com Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6) e Juazeiro (72,3) nas terceira, quarta e quinta posição, respectivamente. Depois, vem Salvador no nono lugar (66,4), e Feira de Santana, no décimo (66).

O Atlas mostra que 35.531 dos homicídios no Brasil foram cometidos contra pessoas negras, o que representa 76,5% do total. Assim, a taxa de homicídios de negros (29,7 por 100 mil habitantes) é maior do que a taxa de homicídios de não negros (10,8 por 100 mil). Conforme o estudo, há a morte de 2,8 pessoas negras para cada pessoa não negra assassinada no país.

A pesquisa indica, ainda, que o país registrou 46.409 homicídios pelo sistema de saúde em 2022, redução de 3% em relação a 2021, quando foram registrados 47.847 assassinatos.

Os números representam uma taxa de 21,7 homicídios a cada 100 mil habitantes, igualando 2019 com a menor taxa desde 2012, quando o número era de 28,9 a cada 100 mil.

FONTE: G1

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Cláudio Pissolito

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