A Assocana, entidade que congrega produtores de cana-de-açúcar na região de Assis, incluindo Palmital e os municípios da Comarca, inicia nos próximos dias um trabalho de campo para identificar os impactos da geada no Vale Paranapanema. Como os sintomas não aparecem imediatamente, é preciso aguardar entre 7 e 10 dias para uma avaliação mais precisa.
O que a geada pode causar na planta?
A intensidade dos danos depende do tempo em que a temperatura permaneceu baixa. As consequências vão desde queima de folhas até a morte de gemas apicais e laterais, o que compromete o desenvolvimento da planta. Regiões afetadas apresentam, inicialmente, aparência aquosa e, em seguida, são invadidas por fungos e bactérias.
Quando apenas a gema apical morre, a planta tende a brotar de gemas inferiores, criando o efeito conhecido como “envassouramento”.
Colher ou esperar? Decisão deve ser técnica
Não se deve cortar canaviais sem diagnóstico técnico. Os prejuízos podem ser maiores caso a colheita ocorra antes do tempo ideal. Canas de ano e aquelas colhidas na safra anterior a partir de agosto estão entre as mais preocupantes, por ainda não terem atingido a maturação adequada.
A colheita, nesse cenário, pode seguir dois caminhos:
1- Colheita total das áreas afetadas, exigindo grande esforço logístico;
2- Liberação gradual, conforme análise técnica, priorizando a cana mais madura e mais danificada.
Importante: a definição da logística de retirada é responsabilidade das usinas, conforme suas particularidades operacionais.
Reflexos imediatos da geada em 2025
– Perda de qualidade da matéria-prima.
– Redução da produtividade no fim da safra.- Falta de mudas de boa qualidade para o plantio.
– Necessidade de maior controle de ervas daninhas.
– Desequilíbrio no manejo de corte.
– Possível necessidade de rebaixamento de áreas.
– Adubação suplementar com nitrogênio em canas que perderam massa verde.
Impactos previstos para 2026
– Mudas pouco desenvolvidas na época de plantio.
– Matéria-prima imatura no início da próxima safra (abril a junho).
– Redução na produção de canaviais novos e soqueiras afetadas.
Frente fria anterior não causou danos
No final de maio (dias 29 e 30), uma frente fria também trouxe temperaturas muito baixas, mas sem danos significativos, segundo o Departamento Agrícola da Assocana.
Acompanhamento contínuo
A equipe técnica da Assocana segue monitorando os canaviais da região. Os produtores serão atualizados com novas informações conforme o andamento dos levantamentos.
(Com informações do Departamento Agrícola da Assocana e do Grupo IDEA)