Levantamento realizado pela equipe técnica da Assocana – Associação Rural dos Fornecedores e Plantadores de Cana do Vale do Paranapanema – mostra que aproximadamente 14% das áreas de canaviais da região foram afetadas pelas geadas ocorridas nas madrugadas de 24 e 25 de junho. O estudo, divulgado no boletim da entidade na segunda-feira, considerou lavouras que fornecem matéria-prima para as usinas Água Bonita, Raízen, Enersugar e Nova Platina.
Segundo a entidade representativa do setor sucroenergético, a impressão inicial foi que o estrago seria muito maior, já que a geada foi intensa e visível em diversas áreas do Vale Paranapanema. No entanto, depois da avaliação dos técnicos, se constatou que os danos mais severos se concentraram nas áreas de baixada, onde houve as menores temperaturas e a formação mais acentuada de gelo sobre a vegetação, segundo o gerente-agrícola da Assocana Flávio Teixeira.
As áreas mais afetadas precisam agora ser colhidas com prioridade, afirma nota emitida pela Assocana. Segundo a entidade, a “queima” da cana pela geada ocorre de cima para baixo e, quanto mais tempo se espera, maiores são as perdas em ATR (Açúcar Total Recuperável) e TCH (Toneladas de Cana por Hectare) devido ao aumento do desponte (técnica de remoção da parte superior da planta para retirar o segmento deteriorado e garantir a qualidade da matéria-prima destinada à indústria).
A Assocana reforça a importância da colaboração dos produtores neste momento de crise decorrente de fatores climáticos, evitando a colheita nas áreas não afetadas pelas geadas enquanto houver cana em processo de deterioração esperando para ser socorrida. “Isso permite que as usinas atendam com mais agilidade a todos os fornecedores afetados. A equipe técnica segue acompanhando as áreas e reforça seu compromisso de apoio aos produtores”, concluiu nota divulgada pela entidade.