História de Tarcísio de Souza Junior, de 61 anos, é inspiradora. Para corredor, o esporte pode ajudar a aliviar a tensão, entre outros benefícios.
O construtor Tarcísio de Souza Junior, de 61 anos, morador de Lins (SP), se prepara para disputar pela primeira vez a Corrida de São Silvestre, neste sábado (31), após ter se iniciado no esporte há cerca de quatros anos, como uma tentativa de superar a perda do filho.
Adler Cardinale morreu em outubro de 2016, aos 28 anos, vítima de um acidente de trânsito. Ele foi atingido por um carro desgovernado, conduzido por um motorista embriagado. O carro invadiu um bar e atropelou o jovem.
“Superar, superar mesmo, é difícil… mas o esporte ajuda, exige muito foco. Não é que eu me esqueço, mas não lembrando a gente já sofre menos. A corrida alivia um pouco a tensão, traz bem-estar, ajuda a dormir melhor”, conta Tarcísio.
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De acordo com ele, um casal de amigos do grupo de corredores de sua cidade também se vale da corrida para lidar com o luto da perda de um filho, que morreu há seis meses em um acidente na Rodovia Transbrasiliana (BR-153). “Acaba sendo uma válvula de escape”.
O construtor linense começou praticando a caminhada e foi convencido a aumentar a marcha, passando para a corrida, por um sobrinho, que era muito próximo de Adler. “Ele insistiu para que eu corresse, pois acreditava que poderia me ajudar emocionalmente”.
No começo, Tarcísio não conseguia correr nem mesmo 300 metros sem ter que parar para retomar o fôlego.
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Em sua primeira corrida, de cinco quilômetros, ficou entre os últimos, já que os outros competidores eram bem mais preparados. “Mas não desanimei, não. Continuei me desafiando”.
Hoje, ele conta que coleciona títulos, troféus e medalhas. E está prestes a correr 15 quilômetros na capital paulista. “Eu evolui muito desde que comecei a correr. Agora, em todas as provas que tenho participado, tenho pegando sempre em primeiro ou segundo lugar na minha categoria, de 60 a 64 anos”.
A corrida foi entrando na vida dele ao ponto de ter um espaço central atualmente. O linense afirma que quando não está trabalhando, está correndo. E quando não está trabalhando, nem correndo, está se preparando para correr.
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“Chego do serviço louco para treinar. A atividade física transforma a vida das pessoas, dá mais ânimo, você até trabalha melhor”, garante o corredor. Sobre as provas, ele afirma que “é bom antes, a confraternização. Durante, aquela sensação, o esforço. E depois, com todo mundo se abraçando, celebrando”.
E de uma forma ou outra, o filho dele se faz presente. “Na minha última corrida, com os amigos de toda a região, eu peguei no quinto lugar geral. E, por coincidência, na hora de receber o prêmio, eu estava vestindo uma camisa do Rock’n Rio, que meu filho me deu de presente. Ele adorava festivais de música”.
Quando foi iniciado no esporte, Tarcísio nem imaginava que um dia estaria correndo a mais famosa corrida do Brasil. “Hoje ganhei até patrocínio, estou tendo muito apoio e estou ansioso pela São Silvestre, quero ver como é o ‘jeitão’ da prova. A expectativa é grande”.
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Fonte: G1